terça-feira, 10 de agosto de 2010

Peço tolerância

Ao segundo dia de atrofia dos meus pensamentos, na maioria derretidos antes sequer de se assumirem no formato de ideias, deixo ao mundo a minha proposta para todas as estações. Ora então vamos a ela: cada país, de acordo com o clima que lhe aquece ou arrefece as tradições, deveria integrar no plano nacional de saúde uma orientação de tolerância colectiva, aplicável perante desacertos de termómetro. Assim, seria decretada a previdente tolerância de cada vez que as temperaturas escalassem ou descessem os valores máximo e mínimo definidos como aceitáveis para a articulação de raciocínios – na avaliação de especialistas sem ligação comprovada às práticas cegas de Lagoa, tipo eu, eu e eu. Assim, de cada vez que os dias de trabalho exigissem ficar condicionados de ar para se salvarem da nulidade – já agora relembro o quanto essa aparelhagem ventiladora sufoca a pura respiração – lá entraríamos nós em tolerância. Tolerância por não conseguirmos andar mais do que um minuto sem suspirar, isto segundo o cronómetro das pessoas resistentes como eu. Tolerância por não conseguirmos adormecer devidamente as noites, isto a pensar nas reclamações que recolhi hoje, porque o meu dormir ecológico continua a embalar-me que é uma maravilha. Tolerância por não conseguirmos falar com a tagarelice desejada, asfixiando os acessos de verborreia que nos são tão característicos (não, não sou a única). Tolerância por não conseguirmos refrescar o corpo, por mais insistentes e gelados que sejam os banhos.


Tolerância.
Simplesmente tolerância.
À minha, à tua, e à nossa preguiça.
Pela saúde de todos.

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