sábado, 11 de agosto de 2012

Modernices

Em 25 anos de presença nas bancadas, a profissão manteve-se intacta. Ali, inquebrantável. Agora é isto: o palhaço de plantão virou actor. Uma fortuna!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Jogar ou não jogar, mas há aqui uma questão?

Insistia ela na ideia de que perdeu a paciência para o jogo. Hoje um beijinho aqui, amanhã outro ali, talvez uns amassos pelo meio e não passa do mesmo. Por isso, repete, não vá a malta não perceber, antes ficar anos e anos a zeros do que andar por aí em voltinhas. Mas, agora pergunto eu, quem foi que disse que a ideia é andar aos círculos? Pelo menos a minha não é. Parece-me apenas que não dever ser coisa fácil conquistar novos mundos quando se está fora de jogo. Ao mesmo tempo não entendo de que forma o beijinho de hoje deixou de poder ser o amor de amanhã. Afinal, de que jogo falamos? As relações não começam todas pelo flirt? De outra forma, como se criam cumplicidades? Anda-se pela rua, faz-se faísca, e só de olhar pimba: namoro, noivado e casamento? Resistir ao jogo não será resistir ao amor?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vaivém

Ah e tal, olha que ele é casado. A informação veio tarde, mas não sei se mudaria alguma coisa se tivesse chegado antes. Estava para ser e foi como foi: toda a química sem toda a física e depois, cada um na sua direcção, seguimos quatro anos de estrada sem uma única via de cruzamento. Agora num estranho movimento de cosmos, o trabalho devolve-me ao reencontro dele: ó pra mim a caminho de mais uma volta que a vida me dá.

Dois em um

Música para os meus ouvidos, colírio para os meus olhos. Mas este ser existe mesmo?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Defesa pessoal

A conversa vem à baila incontáveis vezes. Preocupada com as minhas viagens nocturnas de regresso a casa – hábito de quem sai demasiadas vezes a desoras – a minha irmã V. não se cansa de me vender as vantagens de um spray de defesa pessoal. Mas eu, que até já apanhei um ou dois sustos, sempre me conservei fiel à convicção de que os bandidos a mim não me tocam e de que fui vacinada contra toda a sorte de crimes. Era bom, era. Agora, à pala das poupanças autárquicas, vejo-me aflita a cada escurecer de retiro laboral. Falta de iluminação nas ruas? Zero policiamento? Nada disso. O meu grande problema são as baratas. Tantas por aí à solta que me vejo reajustar as recomendações fraternas: estou aqui estou a armar-me com munições de Baygon.