segunda-feira, 27 de abril de 2009

É a crise!


Deve ser a canonização mais rápida da história. Santa antes sequer de chegar a beata, vejo desencaixarem-me da minha comum mortalidade à revelia dos mais rígidos ditames do Vaticano. Penso então que só pode ser efeito da crise: à falta de melhor, até os pecadores inveterados conseguem chegar a santos. A mim bastou-me enviar três ou quatro sms’s para receber o altar: «És uma santa», afiançaram-me.

Santa? Eu? Sim. Confirma-se que a humanidade anda mesmo a atravessar uma crise…Vai daí, qualquer ser capaz de corromper o mais insignificante dos vícios arrisca cair num poço de virtudes. Eu arrisquei ao virar da saída de uma casa de banho.

De olhos pregados no chão, para evitar um embaraçoso tropeçar de pernas, não o reconheci ao primeiro golpe de vista. Por isso aproximei-me para ver melhor e, sem mais demoras, baixei-me para o agarrar. Estrategicamente acomodado na bota esquerda, passou o resto da madrugada a combinar com o já instalado parceiro da bota direita.

Só me lembrei dele horas depois, já nos pés do leito, enquanto me descalçava à luz do amanhecer. Mas não era momento de fazer mais do que dormir. Dura de cansada, acabei por cair na cama até ao estranho soar do meu acordar. Ainda que irreconhecível aos meus ouvidos, o toque despertou-me para a missão de devolução.

Pego então no telemóvel que deixava de tocar, vasculho a lista, descubro o telefone de casa, tento um contacto, mas o número não está atribuído. Continuo por isso a vasculhar, encontro as últimas ligações, envio sms's e finalmente combino a devolução do achado que eu não queria roubado. Incrédula, a dona do telemóvel fica sem palavras para me agradecer, a amiga chama-me santa e eu continuo a surpreender-me com as baixas expectativas que guardamos uns dos outros. Por isso faço questão de dar de mim sempre mais.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A diferença



Faço vénias. Faço o pino. Grito vivas. Por uma boa ideia eu celebro com tudo.

E não é que me andam a surpreender? Depois da bela iniciativa de se acoplarem durante um ano à rotina desgastante do desemprego, eis que chegam às bancas com uma edição à moda de Salazar.

Estou rendida. Apaixonada. Deliciada. Definitivamente, pensar faz toda a diferença.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Futuro precisa-se


Está mais do que ultrapassado. Isso do morta morrida e matada era clássico de outros tempos. Agora que vivemos em época de tácita escravatura, além de morta morrida e matada sinto-me enterrada e em avançado processo de decomposição. Mas nada de queixas. Antes agradecimentos! É que, seguindo a lógica perversa do cada vez mais precário mercado laboral, sou uma pessoa de sorte.

Privilegiada que só visto! Cumpre-me, portanto, aproveitar a minha imensa sorte e especializar-me na modalidade de esticar horários aqui e puxar recursos ali. Cumpre-me, portanto, em nome da minha especialização, acelerar o máximo impossível e correr como quem busca o apuramento para os Olímpicos. Tudo isto sem margem para erros, porque errar é para os humanos. Não é para as mecanicamente afinadas pessoas de sorte.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

É que vou mesmo!

Na pior das hipóteses provoco mais um acidente no meu percurso. Na melhor, acelero o início de uma boa viagem pela minha desconhecida vizinhança. A única certeza que tenho é de que à terceira vou lá. Garanto que, da próxima vez que ele abrandar a marcha e acompanhar-me até à porta, vou alcançá-lo ao volante para lhe agradecer a escolta.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Prova de resistência

Dormir cerca de quatro horas por força de uns acertos de leitura. Entregar-me à estafa hora e meia antes do que é habitual. Agarrar-me ao teclado afincadamente. Aguentar durante quase 50 minutos uma conversa telefónica sobre sismos. Perceber que o chefe volta a faltar pela terceira vez nos últimos quatro dias, agora por causa de uns passeios de carro pela Croácia. Adiar ao extremo as idas à casa de banho. Rejeitar chamadas pessoais. Insistir em aperfeiçoar os contactos até ao último segundo. Cronometrar o almoço de um aniversário. Perder-me em milhares de caracteres de informação. Andar aos papéis por falta de espaço. Hesitar, hesitar e voltar a hesitar na definição de um ângulo. Continuar sem perceber o interesse no tema. Ter de resumir um texto antes de o mesmo existir. Escrever e reescrever, num ciclo de perfeccionismo literário. Desesperar com o acelerar das horas. Manter a esperança de conseguir beber um chá de outro aniversário. Engonhar um Big Mac frio depois de oito horas sem mastigar. Ser avisada de que já não vou a tempo da infusão. Rezar para que à última da hora a chefe não descubra o desinteresse do assunto. Ver no relógio o adiantado da hora. Pedir um táxi de volta a casa. Apanhar um motorista cheio das pressas. Sentir uma necessidade incontrolável de colocar o cinto de segurança. Chegar a casa às 3 da manhã. Alimentar o estômago e o blogue. Pensar que preciso mesmo de dormir. E ir.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O caso do envelope




Nada de enganos. Por muito que o título sugira ramificações às histórias mal contadas do mafioso do Norte, aqui não há espaço para os Augustos Duartes da vida. É certo que o meu envelope também mistura futebol a insinuações suspeitas, mas as semelhanças com o processo salgadamente condimentado acabam aí. Vejamos como...

Tinha 21 anos e estava com um amigo à espera de um colega que se tentava despachar de um turno laboral inoportuno. Tudo na paz, não fosse o amigo estar com uma namorada da pior das espécies de ‘mete nojo’. Já a desesperar pela chegada do tal colega - ao mesmo tempo que rezava para que a chuva não engrossasse -, de repente vi-me com um envelope nas mãos. Cacete! De tão distraída que estava com as movimentações pré-derby, acabei por nem sequer olhar para o mensageiro.

Apesar de intrigada, lá abri o sobrescrito e rapidamente convenci-me de que um amigo do meu futebolisticamente relacionado pai me tinha reconhecido. Era a minha única explicação para o inesperado daquele convite, que me desvirginava as portas da tribuna VIP. Ainda assim, esgrimi e dirimi teorias com o meu amigo, enquanto a namorada dele continuava a meter nojo e o meu colega teimava em não chegar.

«Por que raio entregam apenas um convite se vêem que estou acompanhada?» /«Vim convosco, agora não vos vou deixar assim…» Na partilha dos meus constrangimentos, o meu amigo questiona-me: «O que tens a perder? Vais para um sítio público, por isso se houver problema grita». Decidi-me pela experiência VIP e logo ao cruzar a zona da estátua senti a diferença. Entre olhares e assobios, vi a passagem para o outro lado transformar-me numa qualquer celebridade instantânea.

E quem diz instantânea diz efémera: à entrada na zona VIP, fui abordada pelo misterioso mensageiro, enquanto os pseudo-importantes me lançavam uns incertos olhares. Fixei-me no homem do envelope. Quarentão e charmoso, falava-me num mau inglês, depressa substituído por um perceptível francês, apesar de marcado por um estranho sotaque.

Seguimos para o camarote, onde as inscrições nas costas das nossas cadeiras denunciaram a origem do estranho sotaque: Inter de Milão. Conversa vai, conversa vem, surge o convite para o hotel, prudentemente alargado aos meus amigos. Sem compromissos, porém emocionalmente comprometida, recusei a oferta e desviei dali a conversa.

Nisto, avança já a segunda parte do jogo, e a giganteza do Benfica precipita a despedida do italiano. Diz que queria observar o Delfim mas não conseguiu por causa do nada a que ficou reduzida a equipa lagarta do dito: 3-0 exultava eu, nos tempos de um Mourinho ainda debutante.

Telefone anotado, promessas de uma master recepção à altura de uma eventual visita a Milão, e acabo por ver os últimos minutos de jogo sozinha num camarote permanentemente assediado por olhares de imediata descodificação.

Acompanhante! Era isso que sentia cochicharem os olhares, respaldados pelo meu porte de um casaco de pele até aos pés. Acompanhante! Também só pode ter sido esse o rótulo que fez recuar o Abel Xavier.

Pois é! O cabeça de gema de ovo brochou assim: estava eu já dentro do elevador, prontinha a descer da tribuna VIP, quando vejo a entrada da cabeleira amarela ser apressadamente ultrapassada pela respectiva saída.

Não sei se por receio de um ataque aqui da predadora sexual (TENHAM MEDO, TENHAM MUITO MEDO), certo é que assim que me pôs a vista em cima o Abel desatou a fugir. Imagino o que ele terá imaginado quando percebeu que havia homem capaz de assumir o risco de partilhar viagem com os meus impulsos carnais…Quem? Fica o refrão: sou soooou sou soooou Benfiiiiiiiiiiiiiiiiica,sou soooou sou soooou Benfiiiiiiiiiiiiiiica

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Há coisas fantásticas, não há?

Escrevia eu que os meus dias úteis contam-se pelos fins-de-semana, e eis que o destino - via Francisca - se encarrega de reforçar a minha convicção. Agora é ver-me de novo a suspirar pelo próximo regabofe. Há lá perspectiva melhor para encarar o resto da semana? (haver até pode haver, mas convém não abusar do cosmos...)













Sponsored by: uma tal de profissão que por vezes consegue ser a melhor do mundo

A lógica dos dias

Se a segunda, a terça, a quarta, a quinta e a sexta são dias úteis, devemos subentender que o sábado e o domingo são inúteis?

Um raciocínio puramente PIBiano diria que sim, mas a minha vida mostra-me que não. É que por alguma utilidade que reconheça ao trabalho (ALGUMA! Nada de exageros…) quanto mais trabalhadora me torno mais convencida fico de que os dias úteis contam-se pelos fins-de-semana.

Aliás, não é à toa que a valorização do meu PIB* está muito acima do mais famoso dos PIB’s.

*Projecto Integrado de Bem-estar

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Anúncio oficial


Após uma intensa prospecção de mercado, e depois de sobreviver a um disputado duelo de prós e de contras, parei nesta conversa: «Se é para ajudar quem já te ajudou e se isso não te vai prejudicar em nada (a ver vamos…), onde é que está a dúvida?».

Well, basicamente a dúvida está onde eu estiver. Mas, mesmo em interrogação, lá acabei por estabelecer ligação à minha ponte aérea com Mato Grosso do Sul. Yes, I can help, respondi.

Diz que agora tenho de esperar pelo sinal de partida da minha 'mestre', porque «ela precisa validar as enquetes antes de começarem os cadastros». Venham de lá as cenas dos próximos capítulos.

Arrepiei-me toda!

CREDO!

Instantaneamente entupido por um acento circunflexo?! Elevado a destaque num plano de paginação?! Cronicamente a-ssa-ssinado por António Lobo Antunes?!

É caso para inverter a lógica de um clássico e gritar: DE SE TIRAR O CHAPÉU!

terça-feira, 7 de abril de 2009

E esta, hein?



É muito raro encontrarmo-nos, por ser muito raro eu iniciar sessão no messenger. Mas ontem esbarramo-nos de novo, à conta de uma combinação familiar de conversa instantânea. Embora normalmente ignore a sua interrogação (quem é?) - poupando-me ao trabalho de explicar a ocasião que há quase dois anos nos ligou os endereços - desta vez deu-me para responder. Então recordei-lhe a ajuda preciosa que me dera num certo trabalho sobre um juiz de nome Odilon.

«Ah! Isso!».

Reconhecimento efectuado, conversa desbloqueada e, sem mais, o clique: «Tou lembrando que pedi seu orkut e cê me falou que não era usuária de redes sociais». Ainda que estranhando o propósito daquela lembrança, devolvi, sem grandes demoras: «Isso. Eu mesma!».

Longe de sonhar com o rumo daquele chat, deparo-me com a proposta, que, mais coisa menos coisa, anunciava isto:

«Uma amiga minha está investigando sobre redes sociais. Coisa puramente académica. Está precisando de cibernautas que trabalhem na área da comunicação e sejam completamente desligados desse mundo. Bem que cê podia quebrar o galho…»

Mas eu? Logo eu? A negação em pessoa das redes sociais? Que utilidade académica poderia ter a minha rejeição às comunidades virtuais?

«Você responde a uma enquete agora, depois responde a outra ao fim de seis (SEIS!) meses de cadastro no facebook. Cê nunca será identificada».

Mas eu? Logo eu? Seis meses de vida virtual em pleno? Sim! Porque não vale fazer apenas a inscrição sem boneco. Tenho de colocar fotos, encontrar amigos, convidar conhecidos…GOD! IT’S TOO MUCH!

«Que nada! Cê nem imagina a dificuldade que minha amiga está tendo para juntar a galera que ela precisa. Quebra esse galho vai…».

Não sei se quebro, mas que estou balançada, estou. Não apenas com o jeito brazuca de escrever, mas sobretudo porque em mais de 40 minutos de conversa ele nunca usou o argumento do reverso da ajuda que em tempos me deu. Agora tenho eu de dar uma resposta até ao início da tarde de quarta-feira, ainda manhã em Mato Grosso do Sul.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Falhas de comunicação

Em vez de perguntar: «O que é que posso dizer ou fazer para ficarem?», bastaria dizer «fiquem», que eu ficava.

Não era óbvio?

Será que no próximo reencontro, a haver novo reencontro, vamos falar a mesma língua?

Contra-ordenação muito grave


Música boa, pista composta, imperiais a dois euros, gingados de dança com um e outro pinta da night, e, auge do auge, o sempre promissor reencontro com o ‘game’ da casa. Ia eu no bom caminho do pode vir quente que eu estou fervendo, quando me vejo indecentemente abandonada. São 4h! Não acredito que queiram mesmo desertar às 4h!

Como queriam (ninguém merece), ainda ponderei agregar-me à companhia de um bailarino de ocasião, com o qual o meu corpo já tinha conjugado ritmos. Mas depois lembrei-me do sinal verde que estaria a enviar e pareceu-me melhor prevenir eventuais manobras de transgressão. Não por uma qualquer estratégia de rejeição do risco, mas porque não queria agravar o acidente da noite. Que é como quem diz: avariar a ligação ao game da casa.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Horários trocados



Conheço-o bem dos prolongamentos noctívagos. Aliás, já estou mais do que traquejada para a forma como se habituou a agredir a minha visão do amanhecer. Mas uma coisa é estar em transe às 7h30 sem um segundo de passagem pela cama, outra bem diferente é interromper abruptamente, às 7h30, uma revigorante passagem pela cama.

Ai, o que hoje me custou! Desabituada que estou dos horários laborais madrugadores, atravessei toda a manhã como uma forasteira na minha vida. Tudo por obra e desgraça de um piquete!

Não há dúvida de que agora tenho mesmo de ir acertar o meu fuso para uma pista.

As minhas séries # 1


Desconfio que foi da mistura. Não me podia cair bem isso de saltar do cortar de fôlego do Wentworth Miller para a narração de uma sincopada história de como o pai de dois adolescentes conheceu a mãe dos mesmos dois adolescentes. Sem dar tempo à digestão, lá acabei por rejeitar a dose de série-extra que o Nuno previa ser do meu gosto.

«Não acredito que não gostaste! Aquilo é muito bom!»


Pois não. Não gostei. E agora quem não acredita sou eu porque aquilo de facto é mesmo muito bom. Tivesse eu abrandado o meu lume de prisão e certamente não ficaria em jejum o tempo que passou. Mas fiquei. Para meu dissabor, limitei-me a reprovar a acção em dois segundos, em vez de me dar ao prazer de saboreá-la.

«Isto tem pouco sal para mim!», enganava-me eu.


Tão enganada estava que, cerca de um ano depois, vejo-me deliciar de diversão episódio atrás de episódio. Um dos últimos apresentou-me uma insólita e desassombrada manobra de engate, frontalmente baptizada de Homem Nu. Aliás, frontalmente e justificadamente baptizada: o homem, companheiro de um encontro de ocasião, aproveita ou cria uma oportunidade de tosquia vestuária, executada longe do olhar da mulher.

Completamente descascado, o homem reaparece-lhe nas vistas provocando um de dois efeitos: ou a mulher entrega-se à sorte do sexo (Why not?), ou o homem é corrido com honras de tarado (What kind of sick people do that?). Tudo isto num enredar apaixonante de sinergias, desenroladas perante o meu assumidíssimo deleite.

Right to the point: How I met your mother é garantidamente das melhores séries que já me passaram o tempo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Escrever engorda?

Cheguei à morada por acaso. Transportada pela boleia de um link, estacionado num blogue de passagem pontual, dei de caras com uma estranha dimensão. Comentários às dezenas, por vezes somados acima da centena, legiões de seguidores, e autênticos julgamentos onde as alegações raramente vão além de insultos e de bajulações.

Num saltitar virginal de experiências, tropeço numa sucessão de endereços de gente para mim desconhecida. Vejo então que cheguei ao afamado ‘centro’ da blogosfera, e alegro-me por viver algures nos seus arredores. Ainda assim, porque não sou pessoa de castrar o saber, decido explorar os caminhos que levam ao centro. Não para minha condução, que estou bem instalada nos subúrbios, mas para eventual orientação do habitante arrivista da blogosfera.

Passo então a descrever o ‘mapa das conquistas’ que me foi dado a perceber. Em primeiro lugar, cria-se um blogue. Depois convém publicar-se umas coisitas de quando em vez para que não haja dúvidas de que se trata mesmo de um blogue. Cumpridos estes dois requisitos primordiais, abrem-se as hostilidades: num ataque desenfreado aos blogues mais populares da praça – segundo atestados de um sem fim de contadores de visitas que fiquei assombrada de conhecer – os arrivistas superam-se em comentários acríticos.

Mesmo que seja para dizer que nada têm a dizer, os deslumbrados da blogosfera comentam e nunca se esquecem de deixar uma ponte para a morada que ocupam nas redondezas. Mais comentário, menos comentário, quem sabe se não se arranja mais uma visitinha? Mas, seguro seguro é partir para a agressividade, que é como quem diz, para a não contemplação da estrela do blogue. Então apelida-se a star de fútil, lamenta-se que goste tanto de se gabar, ataca-se a sua actividade sexual e, pecado dos pecados, questiona-se a escrita e o conteúdo do blogue.

E é assim que, de repente, vemos a estrela sair em defesa do seu imenso brilho. Contra os invejosos, os invejosos e os invejosos (oh, praga!) que teimam em discordar das brilhantes perspectivas, a estrela esmera-se por demonstrar a sua superioridade celestial. Embarca-se então numa sucessão de degradantes duelos, onde dominam argumentos fantásticos como eu escrevo melhor do que tu, eu tenho mais visitas do que tu, ou eu tenho uma vida mais interessante do que tu.

Barbaridade atrás de disparate, sou levada a concluir que no ‘centro’ da blogosfera a escrita prejudica uma leitura saudável. Não só porque engorda egos que se farta, mas também porque torna as letras pesadas e insuportavelmente indigestas.