sexta-feira, 17 de abril de 2009

Prova de resistência

Dormir cerca de quatro horas por força de uns acertos de leitura. Entregar-me à estafa hora e meia antes do que é habitual. Agarrar-me ao teclado afincadamente. Aguentar durante quase 50 minutos uma conversa telefónica sobre sismos. Perceber que o chefe volta a faltar pela terceira vez nos últimos quatro dias, agora por causa de uns passeios de carro pela Croácia. Adiar ao extremo as idas à casa de banho. Rejeitar chamadas pessoais. Insistir em aperfeiçoar os contactos até ao último segundo. Cronometrar o almoço de um aniversário. Perder-me em milhares de caracteres de informação. Andar aos papéis por falta de espaço. Hesitar, hesitar e voltar a hesitar na definição de um ângulo. Continuar sem perceber o interesse no tema. Ter de resumir um texto antes de o mesmo existir. Escrever e reescrever, num ciclo de perfeccionismo literário. Desesperar com o acelerar das horas. Manter a esperança de conseguir beber um chá de outro aniversário. Engonhar um Big Mac frio depois de oito horas sem mastigar. Ser avisada de que já não vou a tempo da infusão. Rezar para que à última da hora a chefe não descubra o desinteresse do assunto. Ver no relógio o adiantado da hora. Pedir um táxi de volta a casa. Apanhar um motorista cheio das pressas. Sentir uma necessidade incontrolável de colocar o cinto de segurança. Chegar a casa às 3 da manhã. Alimentar o estômago e o blogue. Pensar que preciso mesmo de dormir. E ir.

1 comentário: