sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lá em cima

Trabalhei à chuva. Molhei-me. Enregelei.

Voltei a trabalhar à chuva. Outra vez molhei-me. De novo enregelei.

Assim de repente, nem parece que foi um bom dia. Mas foi. Mesmo, mesmo bom.

A lista



Andava ali a insinuar-se. Nas caras fechadas. Nos humores sombrios. Numa mexida inesperada. Num indisfarçável afastamento.

Andava ali a pairar. Nos comentários sussurrados. No entra e sai de reuniões. Na tensão de conversa vai, conversa vem. Nos avisos pela calada.

Agora já não se limita a insinuar ou a pairar. A lista de despedimentos, eufemisticamente apregoada de «propostas de rescisões amigáveis», revelou-se com todo o seu terror: perde mais quem vai ou quem fica?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ora, pois

Estou a trabalhar desde as 9h30 – segundo o cronómetro do meu primeiro exterior do dia – depois de na véspera ter penado umas prolongadas 12 horas de páginas, teclado e contactos. É quase meia-noite, não tinha uma palavra a fechar para a edição nacional desta semana, e já não tenho olhos nem cérebro para orientar escritas pendentes. Amanhã tenho o primeiro trabalho às 10h30, outro às 12h e, ao descerrar da tarde, rumo a Norte para uma quinta-feira longe de boa, porém extenuante. E assim, entre aqui e aqui, vão-me desandando os dias.

Ai que coceirinha...



Ando com uma comichão de mudança de fuso horário que nem vos digo nem vos conto.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Carma nosso


Com o barulho das luzes e das caipirinhas não percebi de onde saiu aquele movimento de braços. Lembro-me apenas de seguir os mais básicos instintos de resistência e de me conseguir libertar ao fim de um disputado empurra-pega-puxa-e-vai. Pelo caminho devo ter sonorizado uns impropérios, inaudíveis na confusão da pista, mas lá me consegui reencontrar com as parcerias de dança. Tou nem aí para o braço-de-ferro que já lá foi até que, no esvaziar do espaço, bato o olho na figura da cena. A sério? Fiquei sem perceber se ele me queria dizer alguma coisa sobre Ele mas arrepiei-me só de pensar naquela ponte para a ténue presença d'Ele. A sério, ó carma?

Vontade de voar



E nem sequer estou a falar de férias.

16990 - ou a vitória de um pirata

À primeira não funcionou. «O número que marcou não está atribuído». À segunda também não: «O número que marcou»...continua não atribuído. Já tive tempo de desligar o router e voltar a ligar. Já tive tempo de reiniciar o computador. Já perdi a conta ao número dos ‘carrega e volta a carregar’ no botão wireless. Já tudo e mais alguma coisa antes de uma nova insistência. Pelos vistos, o número passou a existir mas…«De momento não é possível aceder ao número que marcou»….idem, idem, idem.

Vou tentando dos dois 96 cá de casa, não vá um dos cartões andar entupido de modernices estranhas e.. nada. Conto cerca de uma hora sem internet e continuo a precisar dela para trabalhar. Observo o evoluir do sinal do router, acompanho a mensagem numa das janelinhas do computador e fico ainda mais off. O sinal que já esteve laranja-cor-de-alerta, passou a violeta-cor-de-não-sei-o-quê e voltou ao azul da normalidade, continua na cor da normalidade. A janelinha de ligação à internet assegura-me que a força do sinal está «excelente» e eu penso: ‘Pois, excelente’. Acciono outra vez mais uma das www que tenho por definição e, de novo, «o Internet Explorer não consegue mostrar a página Web».

Ainda me sobra paciência para seguir a sugestão do servidor e faço a iniciação não percebi bem do quê via net. Dá errado. Solução? Ligar para o número que primeiro não estava atribuído e depois deixou de estar acessível e comunicar que ocorreu o erro 2 que na tentativa seguinte passou a 3. Já ando nisto há uns bons 75 minutos mas preciso mesmo de googlar trabalho. Será desta? À falta da gravação telefónica, fico com a memória da gravação: «Por motivos técnicos de sobrecarga de chamadas não conseguimos atender a sua chamada. Nestas situações recomendamos que volte a tentar daqui a…».

Cinco minutos? Dez minutos? Naaaaaaa! Volte a tentar daqui a uma hora. SIM. 60 minutos. Para ter o problema resolvido? Naaaaaaa! Para poder sonhar com o apoio de um serviço cuja singularidade nunca me pareceu tão acertada. Serviço de apoio ao cliente não deve ser confundido com serviço de apoio aos clientes. Não. Apoiar um cliente aqui e outro ali ainda se aguenta, agora muitos…isso é coisa para sobrecarregar qualquer um. Pois.

P.S.: Mais de uma hora depois: «Caro cliente, informamos que foi detectada uma avaria nos serviços de internet e voz fixa da ZON. Estamos a tentar desenvolver todos os esforços para a rápida resolução desta avaria». Rápida? Oi? Importam-se de repetir?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012



É uma desarrumação. Tudo ao molho e em tamanhos desproporcionais. Chamam-lhe cronologia mas não encontro qualquer lógica de datas naquilo. De um lado aparecem-me posts de há uma hora, logo seguidos de mensagens com mais de dois dias. Seria de esperar que o lado oposto apontasse para outros registos de calendário, mas não. É preciso ir saltitando a leitura da esquerda para a direita e da direita para a esquerda para a coisa bater certo. E acertar nos conteúdos-alvo? Não, obrigada. Eu, conservadora, mantenho-me fiel à paginação linear do livro das caras. Não me cansa a vista nem me dispersa o foco.

Barrigas de acção



Não é fácil, não é barato, nem dá milhões, mais ainda oferece garantias legais. Ponham-se grávidas meninas, ponham-se. Lembrou-se a C., e bem, que o barrigão de esperanças é a derradeira arma anti-despedimento*.


*embora falível em caso de insolvência

2012



Chegaste mesmo? Assim, tão de repente? Ó 2012, acomoda-te com jeitinho e, se não for pedir muito, dá-me tempo. Preciso dele para escrever. Mais aqui do que ali, além e acolá.