Voltei???

Sim, é verdade. Mesmo com o termo de irresponsabilidade na bagagem não deixei escapar o avião. Como castigo, duas semanas depois do início das férias e sete dias cumpridos desde o encerramento do bordel de Ibiza (prometo posts, muitos posts), o meu corpo volta a sacudir-se segundo o batuque do teclado. Já a minha alma, essa vagueia a léguas do PC, para desnorte desta working PC.

Quatro por quatro

Depois do pleno da pré-época, consolidado na prova dos nove (5-4) que nos arrumou a Eusébio Cup no palmarés, cumpre-me renovar os votos de uma entrada à BENFICA. Embora daí para os próximos pódios!

0,04

A miguinha, recrutada já de noite, no aliviar da pressão do meu fecho, não jantou. Bebeu três vodkas com laranja, dois deles indignos de avivar o mais ténue sabor a Rússia, e, a caminho das 4 horas, num encurtar antecipado da minha energia de noite, distrai-se para um 'sentido proibido'. A paragem forçada, a papelada em riste, uma meia confissão de culpa, e, por fim, um amaldiçoar silencioso da ordem mais indesejada naquele momento. Respira-se, inspira-se, invocam-se forças ocultas de tão divinas e, de um sopro, multiplicam-se agradecimentos pelo destino de sorte. Apesar da rectidão dos sentidos, a miguinha ficou a apenas 0,04 gramas de uma dose de multa alcoólica. Ufa!

O gangue dos Santos

Notificada. Este é um estado que se vai renovando no meu karma fiscal. Como se os anos de precariedade não fossem castigo suficiente, agora a gangue do Teixeira dos Santos ameaça-me com uma penhora. Num escandaloso assalto ao meu bolso desarmado de euros, os bandidos querem tirar-me quase 800 euros de um IVA que nunca recebi, pelo simples facto de, no período a que respeita o saque, não ter passado recibo a qualquer um dos milhares de cúmplices da roubalheira fiscal. «Ai não passou», perguntam-me? «Devia ter declarado isso», esclarecem-me. E não é que declarei? Fi-lo ao vivo e cheia de cor no contacto com uma das ramificações da quadrilha. Acontece que ladrão que é ladrão arranja sempre forma de voltar ao crime e baralhar mais uma vítima. No meu caso estou dividida entre a possibilidade de reforçar a minha defesa com uma versão fiscal do Vale e Azevedo e a insanidade de reembolsar o que nunca embolsei. Venha o capeta e escolha.

Selecção das espécies

Assumo as minhas escolhas, sensorialmente coordenadas pelo meu barómetro relacional: ao fim de alguns instantes de convivência ou aceito ou rejeito proximidades. Desde que me conheço que o faço com uma precisão tão próxima da científica, que conto pelos dedos de uma mão as vezes em que as contas me saíram furadas. A verdade é esta: há pessoas que não tenho a menor vontade de conhecer. É certo que me custa um bocado segregá-las como quem afasta uma peça de roupa que não serve, mas custa-me ainda mais aturá-las. Por isso, a bem das minhas defesas civilizacionais, nas últimas semanas tenho aplicado a medida cautelar de desencontrar os meus horários de almoço com os períodos de almoço dela. Não acho bem, mas torna-se mais forte do que eu.

Só para assinalar

Num estilo tipicamente ‘Agosteiro’, que é como quem diz abreviado, faço ondas pelos três canecos dos três torneios que já elevámos nesta pré-época: Guadiana, Amesterdão e Guimarães. Já agora, lembro que também dava jeito ficarmos com a Eusébio Cup em vez de a deixarmos fugir de novo para Itália. E, já que falo nisso, aproveito ainda para destacar que será muito benéfico para a minha felicidade desportiva se, ao abrir da nova temporada, conseguirmos manter o actual ritmo de golos e de vitórias. Façam isso, meus adorados meninos, e garanto que não vos peço mais nada até Maio de 2010.