terça-feira, 6 de novembro de 2012

Thank God!

Não está para nascer o homem que, após dois (DOIS?) meses de exílio, me consegue resgatar dos caracteres da obrigação para os caracteres da diversão. Yes he can!

sábado, 11 de agosto de 2012

Modernices

Em 25 anos de presença nas bancadas, a profissão manteve-se intacta. Ali, inquebrantável. Agora é isto: o palhaço de plantão virou actor. Uma fortuna!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Jogar ou não jogar, mas há aqui uma questão?

Insistia ela na ideia de que perdeu a paciência para o jogo. Hoje um beijinho aqui, amanhã outro ali, talvez uns amassos pelo meio e não passa do mesmo. Por isso, repete, não vá a malta não perceber, antes ficar anos e anos a zeros do que andar por aí em voltinhas. Mas, agora pergunto eu, quem foi que disse que a ideia é andar aos círculos? Pelo menos a minha não é. Parece-me apenas que não dever ser coisa fácil conquistar novos mundos quando se está fora de jogo. Ao mesmo tempo não entendo de que forma o beijinho de hoje deixou de poder ser o amor de amanhã. Afinal, de que jogo falamos? As relações não começam todas pelo flirt? De outra forma, como se criam cumplicidades? Anda-se pela rua, faz-se faísca, e só de olhar pimba: namoro, noivado e casamento? Resistir ao jogo não será resistir ao amor?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vaivém

Ah e tal, olha que ele é casado. A informação veio tarde, mas não sei se mudaria alguma coisa se tivesse chegado antes. Estava para ser e foi como foi: toda a química sem toda a física e depois, cada um na sua direcção, seguimos quatro anos de estrada sem uma única via de cruzamento. Agora num estranho movimento de cosmos, o trabalho devolve-me ao reencontro dele: ó pra mim a caminho de mais uma volta que a vida me dá.

Dois em um

Música para os meus ouvidos, colírio para os meus olhos. Mas este ser existe mesmo?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Defesa pessoal

A conversa vem à baila incontáveis vezes. Preocupada com as minhas viagens nocturnas de regresso a casa – hábito de quem sai demasiadas vezes a desoras – a minha irmã V. não se cansa de me vender as vantagens de um spray de defesa pessoal. Mas eu, que até já apanhei um ou dois sustos, sempre me conservei fiel à convicção de que os bandidos a mim não me tocam e de que fui vacinada contra toda a sorte de crimes. Era bom, era. Agora, à pala das poupanças autárquicas, vejo-me aflita a cada escurecer de retiro laboral. Falta de iluminação nas ruas? Zero policiamento? Nada disso. O meu grande problema são as baratas. Tantas por aí à solta que me vejo reajustar as recomendações fraternas: estou aqui estou a armar-me com munições de Baygon.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Gira o mundo e toca o mesmo

Era um clássico à hora de jantar. «Não foi black. Se fosse, eles diziam». A preto e branco, os exemplos iam-se reproduzindo até que, não sei bem quando mas imagino porquê - afinal, a notícia está na cor ou no crime? – as nuances se foram esbatendo. Por fim lá se percebeu a irrelevância da coisa, mas, à imagem de tantas leis, não bastou mudar a letra porque, bem se vê, é a mentalidade quem mais condena. E, à boa maneira dos preconceitos, lá vem ela ao de cima na primeira oportunidade. Hoje foi assim: no título apresenta-se a história da velejadora portuguesa Carolina Borges que está incontactável depois de ter sido afastada da comitiva lusa presente nos Jogos Olímpicos de Londres. Quero saber porquê, por isso clico «ler mais» e eis que me invadem as velhas memórias da hora de jantar. Tudo porque alguém – imagino, pelo mimetismo noticioso, que terá sido a agência Lusa – se lembrou de escrever que, afinal, bem vistas as coisas a atleta nem sequer é portuguesa. Luso-brasileira, acentuam os jornalistas como que a isentar a nação de quaisquer condutas menos brandas. Claro. Português que é português não é sancionado até à expulsão. Agora os luso-mesclados, sejam eles brasileiros ou não, já se sabe… Ou valem medalhas ou não servem para nada. E, ao ler isto, só me apetece gritar dois nomes. Por ordem de pódio: Francis Obikwelu e Nelson Évora.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Como?

Gosta-se o suficiente para continuar. Mas ao mesmo tempo sabe-se que já se gostou mais. Por isso apetece ouvir menos. Apetece falar menos. Apetece estar menos. Ainda assim gosta-se. Gosta-se o suficiente para continuar. Mas ao mesmo tempo sabe-se que isso não deveria chegar. Por isso vai-se levando na esperança de que volte a ser como foi. Mesmo quando os interesses se desencontram a cada passo, quando os caminhos se desviam a cada curva e quando a crítica se sobrepõe à tolerância. Simplesmente vai-se levando porque não há culpados nem inocentes, apenas uma vida de distâncias que já não permitem ver. Por isso olhamo-nos apenas, esvaziados do nós, cada um à volta do seu eu. E, de novo, a pergunta matuta-me ideias: sem desentendimentos nem aborrecimentos como se consuma o acabar de uma amizade?

Pelas ruas da cidade

E assim, com aquele taga e posta desarmante, o Facebook mostra-me que não estava a alucinar presenças. A tal filosofia de figura com trejeitos de Pessoa andava mesmo por ali àquela hora. Com menos sol do que eu recordava - estranho - mas exactamente como do Janeiro da última vez. Assim … resvés contacto visual, o karma passou-me ao lado.

Parecem bandos de urubus à solta

E se, de hoje para amanhã, fecharmos? Assim, sem aviso prévio nem confortos de indemnização? Multiplicam-se as apostas, aqui e ali carregadas de maus agoiros, desdobram-se os sinais de inquietação e eu continuo na minha, isolada, num tranquilo desassossego. Sim. A casa pode fechar. Mas não. Não será o fim do mundo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Faltam

Uma quarta, uma quinta e uma sexta-feira de desarranjos horários e, bem digeridas as escritas, três páginas de reportagem fabril, outras três de ateliê musical e um par de estreia cinematográfica. Mais caracteres, menos espaços, daqui a algumas linhas estou de férias. Yes I can.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Só para escrever...

...que isto ainda mexe. A casa não fechou e não fechará enquanto no mundo houver palavras.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Da Anatomia das emoções

Ou da estranha loucura desta realidade superar a ficção:
«Amo-te tanto que dói. Ouviste bem o que disse? Dói amar-te».

Coisas que escapam à minha compreensão


Pessoas que se proclamam de outros clubes, mas que na hora do vamos sofrer porque já perdemos só se lembram do Benfica. Tipo esta: «Nós ao menos morremos na praia de Bilbau, não somos como outros que morreram na praia de Braga».

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Assinado

Olha uma vez. Olha duas. Paro de contar à terceira. Intriga-se-lhe o rosto na expressão de um qualquer reconhecimento a prenunciar uma jogada de engate. Adivinho, uma por uma, as primeiras palavras de sedução, a fazer lembrar um descartável televisivo.

A. Tua. Cara.

Não me apetece ser espectadora do meu próprio programa, por isso ensaio a rubrica da praxe: sim, sou da televisão. Espero o ramerrame do costume mas a realidade, que nunca dorme, arrebata-me a ficção.

Pois sim. Ele apanhou-me mesmo entre declarações de festival. E, de repente, naquele pedaço de mundo que não sinto meu, fizeram-me em casa. Um autógrafo? Por que não?

Um episódio para a estória



Sem um ponto prévio de explicação, a câmara já a piscar de vermelho, ela estica-me o microfone e desata a falar. Eu? Não posso ser eu. Esgoto-me nas negações profissionais mais rápido do que ela gasta as próprias afirmações e em menos de um fôlego vejo-me despejar palavras para a televisão lá da terra. Ao vento e sem hipótese de maquilhar as cores.

Tira-dúvidas



Vais, pelo menos por agora, mas ficarias? Não para uma chuva ou duas. Ficar de assentar mesmo. Com planos de casa, trabalho e o social de sempre.

Não. Definitivamente não ficaria. Não nesta ilha de Santiago. Não nesta cidade da Praia. Porque por aqui só o mar e a música me ampliam as vistas e eu preciso de gente. Gente de mente com vista para o mundo. E não assim, totalmente encolhida no crioulo de sempre. Porque por melhor que seja o crioulo de sempre o desabrochar da vida para mim está na miscelânea das sementes.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Confissão estilo adolescente


 
Naquela bela manhã que puxou ao início de tarde no Seixal, eu e ele – sempre ele – fomos felizes nos cruzamentos de olhares. Percebi eu e disse o fotógrafo.

Contradições desta vida

Amo o meu trabalho. Desamo o meu emprego.

Se bem que

Convém abrir parêntesis para explicar que na sexta-feira saí do trabalho perto da meia-noite; no sábado comecei às 8h30 e apenas acabei por volta das 23h30; domingo continuei a partir das 11h para só largar o teclado às 5h30 de uma longa segunda-feira, retomada para escritas às 11h e esticada até às 4h de terça-feira. Bem revistas as coisas, já estou a perceber como me deixei perder nas horas.

Diz a sabedoria popular...

...que o que tem de ser tem muita força. Acrescento eu que o que não tem de ser tem ainda mais força. Tanta, que depois de ter consultado, voltado a consultar e anotado o raio da data, consegui falhar o prazo de inscrição sem perceber que o dito estava apertado em horas. E, assim, sem como nem porquê, vi voar uma ansiada oportunidade de bater asas deste sol para fora.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A minha do meio

Ainda ontem andava atarantada com correrias de metro, telefonemas para Marselha e pedinchices de corredores de hospital e, de repente, a princesa cresce-me três anos. Pelo segundo post consecutivo: caramba!



A velocidade dos dias

Um mês? Já passou um mês? Caramba!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bate certo

Imaginava uma coisa, tocou-me outra. Mas, para o bem ou para o mal, a segunda via de que me falava a Marta chegou.








Nas nuvens



Quase dois meses de distância e já lhe sinto o cheiro. Da música, do mar, da terra, das gentes. O calendário de Abril marca-me novas aragens: Cabo Verde, aí vou eu.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Só me faltava esta

Nesta semana mais uma protegida tomou posse, e com ela instalou-se-me a desilusão da mesmice de sempre: nesta casa eu serei sempre o elo mais fraco. Time to say goodbye?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lá em cima

Trabalhei à chuva. Molhei-me. Enregelei.

Voltei a trabalhar à chuva. Outra vez molhei-me. De novo enregelei.

Assim de repente, nem parece que foi um bom dia. Mas foi. Mesmo, mesmo bom.

A lista



Andava ali a insinuar-se. Nas caras fechadas. Nos humores sombrios. Numa mexida inesperada. Num indisfarçável afastamento.

Andava ali a pairar. Nos comentários sussurrados. No entra e sai de reuniões. Na tensão de conversa vai, conversa vem. Nos avisos pela calada.

Agora já não se limita a insinuar ou a pairar. A lista de despedimentos, eufemisticamente apregoada de «propostas de rescisões amigáveis», revelou-se com todo o seu terror: perde mais quem vai ou quem fica?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ora, pois

Estou a trabalhar desde as 9h30 – segundo o cronómetro do meu primeiro exterior do dia – depois de na véspera ter penado umas prolongadas 12 horas de páginas, teclado e contactos. É quase meia-noite, não tinha uma palavra a fechar para a edição nacional desta semana, e já não tenho olhos nem cérebro para orientar escritas pendentes. Amanhã tenho o primeiro trabalho às 10h30, outro às 12h e, ao descerrar da tarde, rumo a Norte para uma quinta-feira longe de boa, porém extenuante. E assim, entre aqui e aqui, vão-me desandando os dias.

Ai que coceirinha...



Ando com uma comichão de mudança de fuso horário que nem vos digo nem vos conto.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Carma nosso


Com o barulho das luzes e das caipirinhas não percebi de onde saiu aquele movimento de braços. Lembro-me apenas de seguir os mais básicos instintos de resistência e de me conseguir libertar ao fim de um disputado empurra-pega-puxa-e-vai. Pelo caminho devo ter sonorizado uns impropérios, inaudíveis na confusão da pista, mas lá me consegui reencontrar com as parcerias de dança. Tou nem aí para o braço-de-ferro que já lá foi até que, no esvaziar do espaço, bato o olho na figura da cena. A sério? Fiquei sem perceber se ele me queria dizer alguma coisa sobre Ele mas arrepiei-me só de pensar naquela ponte para a ténue presença d'Ele. A sério, ó carma?

Vontade de voar



E nem sequer estou a falar de férias.

16990 - ou a vitória de um pirata

À primeira não funcionou. «O número que marcou não está atribuído». À segunda também não: «O número que marcou»...continua não atribuído. Já tive tempo de desligar o router e voltar a ligar. Já tive tempo de reiniciar o computador. Já perdi a conta ao número dos ‘carrega e volta a carregar’ no botão wireless. Já tudo e mais alguma coisa antes de uma nova insistência. Pelos vistos, o número passou a existir mas…«De momento não é possível aceder ao número que marcou»….idem, idem, idem.

Vou tentando dos dois 96 cá de casa, não vá um dos cartões andar entupido de modernices estranhas e.. nada. Conto cerca de uma hora sem internet e continuo a precisar dela para trabalhar. Observo o evoluir do sinal do router, acompanho a mensagem numa das janelinhas do computador e fico ainda mais off. O sinal que já esteve laranja-cor-de-alerta, passou a violeta-cor-de-não-sei-o-quê e voltou ao azul da normalidade, continua na cor da normalidade. A janelinha de ligação à internet assegura-me que a força do sinal está «excelente» e eu penso: ‘Pois, excelente’. Acciono outra vez mais uma das www que tenho por definição e, de novo, «o Internet Explorer não consegue mostrar a página Web».

Ainda me sobra paciência para seguir a sugestão do servidor e faço a iniciação não percebi bem do quê via net. Dá errado. Solução? Ligar para o número que primeiro não estava atribuído e depois deixou de estar acessível e comunicar que ocorreu o erro 2 que na tentativa seguinte passou a 3. Já ando nisto há uns bons 75 minutos mas preciso mesmo de googlar trabalho. Será desta? À falta da gravação telefónica, fico com a memória da gravação: «Por motivos técnicos de sobrecarga de chamadas não conseguimos atender a sua chamada. Nestas situações recomendamos que volte a tentar daqui a…».

Cinco minutos? Dez minutos? Naaaaaaa! Volte a tentar daqui a uma hora. SIM. 60 minutos. Para ter o problema resolvido? Naaaaaaa! Para poder sonhar com o apoio de um serviço cuja singularidade nunca me pareceu tão acertada. Serviço de apoio ao cliente não deve ser confundido com serviço de apoio aos clientes. Não. Apoiar um cliente aqui e outro ali ainda se aguenta, agora muitos…isso é coisa para sobrecarregar qualquer um. Pois.

P.S.: Mais de uma hora depois: «Caro cliente, informamos que foi detectada uma avaria nos serviços de internet e voz fixa da ZON. Estamos a tentar desenvolver todos os esforços para a rápida resolução desta avaria». Rápida? Oi? Importam-se de repetir?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012



É uma desarrumação. Tudo ao molho e em tamanhos desproporcionais. Chamam-lhe cronologia mas não encontro qualquer lógica de datas naquilo. De um lado aparecem-me posts de há uma hora, logo seguidos de mensagens com mais de dois dias. Seria de esperar que o lado oposto apontasse para outros registos de calendário, mas não. É preciso ir saltitando a leitura da esquerda para a direita e da direita para a esquerda para a coisa bater certo. E acertar nos conteúdos-alvo? Não, obrigada. Eu, conservadora, mantenho-me fiel à paginação linear do livro das caras. Não me cansa a vista nem me dispersa o foco.

Barrigas de acção



Não é fácil, não é barato, nem dá milhões, mais ainda oferece garantias legais. Ponham-se grávidas meninas, ponham-se. Lembrou-se a C., e bem, que o barrigão de esperanças é a derradeira arma anti-despedimento*.


*embora falível em caso de insolvência

2012



Chegaste mesmo? Assim, tão de repente? Ó 2012, acomoda-te com jeitinho e, se não for pedir muito, dá-me tempo. Preciso dele para escrever. Mais aqui do que ali, além e acolá.