quinta-feira, 30 de julho de 2009

Prato cheio


Um trio de cafés, dois rissóis de camarão e uma coxinha de galinha. Assim vai a minha dieta em dia de directa.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Momentos

Às vezes por palavras, noutras por gestos, tocam-me desprevenida. Sinto-as sem os ‘embrulhos’ da família e dos amigos e nada espero da nossa distância de proximidades. Estranhas aparecem-me e estranhas desaparecem, mas permanecem além do descruzar dos nossos tempos. São pessoas muitas vezes sem nome. São pessoas que me ficam pelos momentos. Únicos como aquele em que, do nada, ouvi aquela distante pessoa preencher de estímulos a minha recém-profissionalizada escrita. Hoje, quase cinco anos depois dessa ocasião «rara» - reproduzindo a adjectivação da única testemunha do acontecimento - os elogios dela estão mais do que consolidados como um dos amuletos que acompanham as linhas da minha carreira. Por isso insisto num reconhecido «obrigada», mesmo sabendo que ela insistiria num rezingueiro «não tens nada de agradecer».

RIP Edite

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Bora ser amigos?


Não diz que não, mas age como se não. E eu à toa com a rejeição.
Afinal, qualquer que seja a escala, o valor da amizade é positivo, certo? Afinal, por mais alargado que seja o nosso círculo de amigos, cabe sempre mais um, correcto? Então, por que descarga de más energias rejeitam a minha amistosa oferta?

Passará por essas assexuadas cabeças a ideia de que qualquer um serve para meu amigo? Pois não, permitam-me que esclareça. Não é qualquer um que me serve. Pelo contrário, orgulho-me de cultivar sempre os melhores à minha volta. Mesmo assim, de cada vez que cobiço o potencial de uma masculina amizade vejo-me enredada numa tal teia de libidinosidade que sou obrigada a fugir. Será impossível cruzar a minha adulta idade com o encontro de amigos do sexo oposto?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Conversas da treta



Volta e meia agarro-me ao namorado ficcionado para me safar das más acções da noite. Às vezes uso o trunfo como falsa resposta a uma confrontação directa - «Sim. Tenho namorado» -noutras situações uso-o como estratégia para travar o avançar de estranhas aproximações - «Olha, já te estás a esticar um bocado. Se o meu namorado estivesse aqui não tinhas tanta confiança…»

À pala dessa ficção, volta e meia vejo a ausência do meu namorado ganhar a presença de machismos que se manifestam em todo o seu fervor.

Na maioria dos casos, garantem-me as másculas mentes que se fossem o sortudo do meu namorado nunca me deixariam sair sozinha. COM QUE ENTÃO ACHAM QUE A RECLUSÃO É UMA DEMONSTRAÇÃO DE AFECTO? VÃO DE RETRO!

Como se não bastasse o mau princípio da clausura, também há quem jogue a cartada da produção. É então que descubro que se tivesse namorado nunca sairia tão produzida. HELLO! ENTÃO QUEREM VER QUE AS COMPROMETIDAS DISTINGUEM-SE PELO DESLEIXO? OU SERÁ QUE SÓ SE ARRANJAM PARA AS SAÍDAS A DOIS? POUPEM-ME!

Para terminar, um clássico: «Onde é que está a aliança?»
A SÉRIO QUE FAZ DIFERENÇA? MAS VOCÊS AINDA NÃO ATINGIRAM QUE AS RELAÇÕES NÃO SE MEDEM PELOS DEDOS?

É por essas e por outras que tenho a dizer-vos: ASSIM NÃO VAMOS LONGE.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Experiências de mais um fim-de-semana

Primeiro o vulcão. Inclemente, inundou-me de tanta lava que explodi numa violenta erupção. Garanto que não fosse o socorro de uma oportuna imperial e teria havido necessidade de evacuar não apenas as imediações daquele bar, mas o universo completo de um Bairro Alto. Mais Alto, naquela entrada de mais um fim-de-semana. Mais Alto, por reacção a uma bebida que dizia irrepetível mas que acabei por repetir na noite seguinte. Para que conste: por apenas 1€ à volta viajei à boleia de um shot spicy torpedo.

Depois o disparar do coração. Nada de leituras precipitadas, amiga Iva! A minha arritmia não foi bombeada pela paixão de um adivinhado cunhado, mas sim pela boleia de um já estabelecido aparentado. Durante os perto de 20 minutos que eternizaram a trepidante viagem à pendura de uma moto – que me foi apresentada como uma 900 de pista (oi???)– receei um de dois desfechos fatalmente e igualmente dramáticos: ou sucumbia à paralisação dos meus batimentos cardíacos, congelados por um medo exacerbado a cada curva, ou acabava desfeita numa colisão do meu corpo com o asfalto. Demasiado creepy e atentatório da dignidade dos meus rebelados cabelos.

Pelo meio o coro. Entoado no regresso de mais um agitar de pistas no Lux, arrebatou emoções de outros tempos, revividas no sentir de uma musicalidade intemporal. Perfeita para soltar o verbo*: «Vou falar que é amor/ Vou jurar que é paixão/ E dizer o que eu sinto com todo o carinho/ Pensado em você/ Vou fazer o que for/ E com toda a emoção/ A verdade é que eu minto que eu vivo sozinho não sei te esquecer/ E depois acabou a ilusão que eu criei/ A emoção foi embora e a gente só pede p’ro tempo correr/ Já não sei quem amou/ Que será que eu falei/ Dá p’ra ver nessa hora que o amor só se mede depois do prazer».

*por causa desta liberdade verbal vi-me forçada a ressuscitar um adormecido CD. Especulam as más-línguas que o caso assume a gravidade de uma paixonite aguda.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Campeonato de Gripe A

À falta das famosas festas de acolhimento do vírus H1N1, a sala mais animada do edifício que me emprega lançou o seguinte desafio:

Qual de nós será o primeiro a despachar a camaradagem para uma revigorante quarentena?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Obrigada, obrigada, obrigada…

Como os amigos já tiveram, em sede própria, o seu coro de agradecimentos, achei por bem estender a afinação dos reconhecimentos ao meu querido Presidente. Afinal, não é todos os dias que tenho o incomensurável prazer de o ver assinar isto:

«Cara P., neste dia especial o SLBenfica deseja-lhe um fantástico aniversário, cheio de alegria e mística. Parabéns!».

P.S.: Recebo este SMS há alguns anos, mas não me lembro de o ver rematado por uma assinatura presidencial. Seja como for, enche-me as medidas.

terça-feira, 7 de julho de 2009

De repente, os 30



O ano 2000 é que era. Influenciada por cenários ficcionados, imaginava-o largamente robotizado. Não um robotizado perverso - que à época imperavam esperanças de infância - mas um robotizado benfeitor, do tipo que permitiria salvar mais vidas nos hospitais ou aliviar mais mulheres de nulidades domésticas.

O ano 2000, calculava eu, iria amadurecer as experiências dos meus 21 anos, idade que aos 7 ou 8 anos apenas conseguia projectar como a um planeta distanciado. Imaginava tudo isto enquanto escalava montes de areia de construções vizinhas, desequilibrava-me de bicicleta ou explorava curvas e sinuosidades no duro assento de um carrinho de rolamentos.

Entre brincadeiras, fui imaginando, experimentando, aprendendo e crescendo. Saltando à corda e ao elástico, treinando pinos e toda a sorte de acrobacias, jogando à macaca e ao berlinde, improvisando casas e refeições com os desperdícios da rua …positivamente vivendo, experimentando, aprendendo e crescendo.

Cumpri a escola primária em dois vilarejos, concluí o ciclo na mesma localidade, dividi o secundário por duas cidades e acabei numa universidade da capital. Na leva das transições fiz e desfiz amizades, despertei para os amores e os desamores, submergi e emergi de tempestades familiares e, entre ilusões, desilusões e realizações, completei o crescimento de uma infância e uma adolescência.

O ano 2000 já era quando chegou a aterradora notícia das Twin Towers, e quando finalmente atingi o final dos primeiros quatro anos de um percurso que insisto em manter aberto a uma pós-graduação ou a um mestrado.

Afinal, o ano 2000 passava muito ao lado de tudo o que a minha infância tinha imaginado, mas continuava a conservar intocáveis as minhas projecções de vida. Nove anos depois do ano tal e 30 anos depois do meu ano zero, orgulho-me de manter bem delineado o principal sentido do meu destino: explorar o amor em todas as suas direcções.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Antes da viragem

Oferecido na sexta-feira, este convite entrou directamente para o pódio dos meus presentes de aniversário. Animada por ele, preparo-me para subir mais um degrau de realizações na minha despedida dos 29. Como diria o melhor jogador do mundo: «Soltem os fogos».






domingo, 5 de julho de 2009

Está a dar-me que pensar!

A conversa, aqui mais do que abreviada, ‘situa’ os acontecimentos que marcaram o meu fim-de-semana:

«Amiga, olha que já lá vais pela terceira vez. Para quem não os repete, este deve ter alguma coisa que os outros não têm».

SIM. Tenho de admitir que este mexe comigo. É então que me vem à cabeça que ele tem cabeça. Mas continuo sem saber o que me vai no coração.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Factos indesmentíveis



Nada de extracto bancário. O melhor comprovativo da minha pobreza está na minha ‘inimputabilidade eleitoral’. Com as quotas em atraso, tenho de viver com a imensa frustração de falhar o principal acto eleitoral deste país.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ele há com cada um!

Em violenta colisão com o meu dedão do pé direito, aqueles destroços de copo de vidro foram o travão de dança de que eu não precisava no início das acelerações na pista. Com as sandálias a ensoparem de sangue, apressei os passos até à casa de banho, onde a profusão de vermelho chegou a provocar-me tonturas ao pior estilo da mariquice.

Enfermeira Catarina de um lado, resmas de papel higiénico do outro, água a escorrer sobre o corte, e, finalmente, o estancar do sangue por obra e graça de um penso rápido, desenrascado no kit de primeiros socorros do bar. Já sem o escorrer do sangue, porém com um ligeiro cambalear, esforcei-me por ajustar o coxear ao ritmo da dança e abstrair-me do desfile de copos de vidros largados pelos cantos, e pontapeados à medida dos movimentos de pista.

Dava eu por vivida a peripécia da noite quando o rebolado com o parceiro da vez reserva-me um novo acontecimento, agora provocado por uma troca de contactos. Ele fora do carro, eu dentro. Ele a pedir o número, eu disposta a dar. Ele sem perceber os algarismos, eu farta de repetir mais e mais. Ficámos nisto até sermos interrompidos pelo buzinar insistente de um autocarro, que, lembrando a proibição daquele estacionamento, precipitou o arranque da condução.

Catarina ao volante, eu à pendura, parceiro de rebolado lá fora, uma nova paragem indevida e, de novo, a pressão para a marcha. Carro em progressão, eu sem conseguir devolver o aparelho xpto do parceiro, e, surreal do surreal, vejo o ‘amigo’ iniciar uma corrida desesperada atrás das quatro rodas. Ao sprint, esbracejando e com o ar mais chateado do mundo, ao choninhas só faltou gritar: agarrem que são ladras.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ideias que me passeiam o cérebro

Sem grandes considerações de estilo, hoje decidi elevar os meus pés às alturas, erguendo-os entre o look havaianas e a elegância de umas sandálias. Foi então que depois dos primeiros cinco minutos da minha maratona diária lembrei-me disto: se tenho umas Gisele Bündchen calçadas (atenção que NÃO É UMA, SÃO UMAS) hoje tenho MESMO de ir desfilar para uma pista. Certo?