segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

IVA das necessidades

Para mal do meu pecado da gula, constatei, no escrutínio das facturas das últimas compras que um pacote de bolachas integrais, daquelas que vão bem com queijo e melhor ainda com paté, fica-se pelos 6% de IVA enquanto um pacote de bolachas de chocolate estica-se até aos 23%. Olho e volto a olhar para a factura e eu, que não preciso de bolachas para sobreviver (assim espero), continuo sem perceber a lógica. Com que então bolachas sem chocolate são um bem de primeira necessidade e com chocolate de segunda?

Boletim informativo

Esta é a semana em que os fechos se dobram aqui para os meus lados porque, manda quem pode, as terças-feiras negras de trabalho passam a ser escurecidas por umas também carregadas sextas-feiras. Mais semana menos semana, a ver vamos se a minha massa cinzenta não chamusca.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Modernices #8

O salta-roda-vira dos estados civis em posts do Facebook é mania que não entendo. Uma coisa são os casados que acrescentam mais um traço de caracterização ao cartão-de-visita, outra é a maralha de indefinidos que, em poucos refrescares de páginas, passam de solteiros a comprometidos e depois de comprometidos a solteiros. Palavra de solteira que não percebo!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Em directo

Cheira-me que foi para ouvir maravilhas destas que não comecei o ano com um banho de estádio.


Jornalista da Sic para o Glorioso Salvio

«Vá tomar banho que hoje merece.»

Oi?

E quando não merece? Os outros é que têm de merecer o perfume cascão?

Já agora…

…que ando por aqui a debitar caracteres gostava de declarar que o meu bom início de 2011 está completo.

(e, pasme-se, parece que o senhor 2013 ainda não garantiu um bom 2011)

Dia 2

Já fui ao fogão. É bom sinal: o meu estômago está oficialmente de volta. Bem-vindo!

Dia 1

Andei toda kamikaze da cabeça.

Calendário para fazer a crise ‘dançar’

12 batucadas para a sintonia do melhor 2011 de sempre




Janeiro

Samba para Janeiro. Sim, ouviste bem. Apesar de este ser o som da praxe carnavalesca de Fevereiro, nada como aproveitar o oba-oba das boas entradas para servir o primeiro prato cheio de 12 meses da melhor disposição. O quê? O samba não te anima (a mim as presidenciais também não)? Isso não é desculpa para marcar passo. Muda de ritmo e avança.

Fevereiro

Este tem potencial preliminar e só por isso vale a recomendação. Ideal para as duplas apaixonadas que enjoam o mês de corações comerciais, o tango serve também para provocar as águas dos aquários da época. Ah! E nada de tangas, porque isso cheira a cherne e eu acredito no teu bom olfacto.

Março

O cartaz do mês anuncia flores, raios de sol que começam a aliviar as vestes, talvez os primeiros desejos de praia com banhos (pessoal dos trópicos, não me enervem) e no embalo deles os planos das férias possíveis. Se Maio é maduro e ainda falta um Abril, Março só pode ser verde. Assim sendo, faz do ambiente a tua estrela pop.

Abril

As bancas começam a entupir-se de dicas para combater o stresse e de truques para não explodir com as tensões do primeiro trimestre. Mas a melhor recarga energética não está à venda: se em Abril as águas são mil, que os bons ventos, ao género dos que nos sopram ao coração (não no mau sentido clínico), sejam aos milhões. Tudo em blues.

Maio

Luta trabalhador, luta. Mais ainda se estás desempregado, precário ou pornograficamente mal pago. É certo que a mudança não depende só de ti, mas convém que estejas de mangas arregaçadas para lhe dar uma mãozinha. E em vez de esperares que tomem a iniciativa por ti, compõe o teu próprio rithm and faz das contrariedades poetry.

Junho

Em mês de santos o pecado musical segue solto. Bailarico para aqui, sardinhada para ali (só para vocês, porque eu prefiro ceder à tentação da carne)…sangria para cá, imperiais para lá, o culto padroeiro castiga a contenção. Por que esperas? Liberta o animal de época que há em ti e pimba.

Julho

Aquele famoso cozinhado, que faz as delícias dos bronzes de corpo e dos relaxamentos de mente, ganha um sabor especial com um tempero de praias de águas aquecidas. À falta de uma corrente financeira capaz de te fazer voar até aos sons do Brasil ou das Caraíbas, podes sempre polvilhar de pagode e de salsa os teus movimentos. Isto, claro, depois de dares o devido ritmo aos meus Parabéns.

Agosto

Um festival, dois festivais, três festivais. Para os que não navegam a maré festivaleira e ainda não se estrearam naquela modalidade de gerir as férias com o calendário da pequenada, este é um bom mês, passe o aparente paradoxo, para trabalhar em descanso. Com um bocado de funk, porque os dias são deliciosamente mais longos, a agenda até permite juntar às braçadas de fim-de-semana, uns mergulhos pós-laborais.

Setembro

O ‘meu’ primeiro e único casamento, porque os outros não passaram disso mesmo, de casamentos de outros, foi em Setembro. Já lá vão quase três anos de felicidade, por isso sempre que o nove mensal se instala no calendário penso nos bons fados. Vai uma valsa declaração?

Outubro

O relógio acerta-se para marcar o encurtamento dos dias, que trazem como contrapartida o prolongamento das noites. Também por isso esta é uma boa altura para perdições noctívagas, no compasso das tuas pistas preferidas. Marrabenta por aí.

Novembro

Dez meses dançados e ainda não gingaste aquele get down? Que tal parares com as desculpas? Quem não arrisca não conquista, por isso mesmo que receies fazer má figura e mesmo que tenhas medo de te estatelar de um arranha-céus emocional toca a tua música e solta a tua soul.

Dezembro

O espectáculo já vai longo, só que ainda falta ouvir e dançar tanta coisa….Nada de ansiedades. Por mais passadas que tenhas falhado e por mais movimentos que te tenham escapado o cabeça de cartaz da tua vida és tu. Rock your life e não te percas em orientações ‘algorianas’.

De 2010 para 2011

Deveriam ter seguido todos por email, mas entretanto percebi que os que partiram do Outlook ficaram retidos em 2010. Caixa cheia e coisa e tal.

Blogo, também por isso, os meus votos para 2011, seguidos do tradicional calendário.

Minha banda larga

Orquestra a pauta de um Feliz 2011 que aprumes todos os instrumentos para mais uma temporada do melhor espectáculo: a vida. Por isso, sejam quais forem as notas, com maior ou menor afinação, entre aplausos ou sob apupos, importante-importante é manter a musicalidade. O teu ritmo é que faz o palco!

Anotações da viragem

Éramos sete, o meu número, acompanhados pelo nove, o meu outro número. Orientados por um triângulo simples - disparatar, brindar, dançar - saímos da casa de partida a distribuir um bom ano por toda a boa cidade que se cruzou connosco. Chegámos ao Lux depois de uma queda (não minha que fui direitinha) por uma íngreme caminhada e entre subidas e descidas de escadas aconteceu isto até chegar à cama:


  • fiz a festa ao ver o José Wallenstein (gosto tanto)
  • meti conversa com um televisivo colega (giro e alto)
  • troquei palavras com outro colega, no caso um iscspiano (nunca gostei lá muito do miúdo)
  • o suposto sócio da casa insuflou-me o ego (e por falar nisso tenho uma googlagem para fazer)
  • desfilei com dois balões a tiracolo (um de cada vez), sendo que um não sei bem que destinou levou, o outro foi para as alturas depois da sabotagem de um engraçadinho
  • ganhei um stalker à primeira paragem de bar (a sério, de cada vez que me virava lá estava ele)
  • achei o Granger velhíssimo quando fui buscar o casaco (as rugas sobressaem dos ossos da cara)
  • na espera pelo táxi que nunca mais chegava identifiquei a cunhada de uma colega minha (dispensável)
  • à chegada a casa achei que me foram à mala no bengaleiro, mas depois fiz as contas e lembrei-me das compras de supermercado (ai, ai os euros).
Mais lembrança, menos esquecimento, entrei assim em 2011. E que bem!

O meu ciclo de vida que passou

Houve nascimento, morte e ressurreição. Para o bem e para o não menos bem, 2010 encheu-me de manifestações de vida. Fica a metafórica revisão:


Nascimento

Na resposta a um desafio, daqueles que fazem remoinhos no estômago, nasci para uma aventura num novo país que se revelou um mundo novo. Fui com más ideais, voltei com ideias ainda piores, mas o crescimento da experiência, esse, ninguém mo tira.

Morte

Sem lágrimas, mas com algumas mágoas, enterrei relações. Não daquelas que nos consomem as entranhas de sofrimento, mas ainda assim relações humanas.

Ressurreição

O sol voltou-me a brilhar. Continuo explorada de mal paga, mas encontrei uma nova fonte de motivação e de realização. E posso garantir que isso não tem preço.