domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pim, pam, pum!

O meu coração já não está para esses batimentos de defesas impossíveis, recitais de quase-golos e um cronómetro de sustos. Mas se morrer disto juro que morro feliz. Posso até ficar nove anos morta sobre uma vitória destas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Vou ali à DECO e já venho

Dei conta da quebra pela televisão, num movimento matinal ainda meio cambaleante. Carreguei uma vez, outra, de novo e mais uma até resignar-me a largar o comando. Por segundos cheguei a desconfiar de um desacerto nas minhas contas para de seguida sossegar a inquietação: «Ah, é verdade, reactivei o débito directo».

Mas como certeza que é certeza gosta de ser testada, lá abri a porta em busca da prova dos nove. «Hã? Como é que o prédio tem luz?».

Perante as más evidências, abri e fechei gavetas em busca da factura mais próxima e com o telemóvel a postos exigi esclarecimentos.

Sim, confirmaram-me a existência de uma autorização de débito directo. Não, não me conseguiam explicar o que tinha acontecido. Sim, tinha de pagar primeiro e reclamar depois. Não, não havia outra hipótese.

Meia hora de procedimentos mais tarde apressei a saída de casa e disparei com a minha reclamação para um dos balcões da EDP da loja do cidadão dos Restauradores. Trinta e tal euros de factura liquidados, quase 27 para o reabastecimento, uma queixa apresentada, telefonemas trocados entre a funcionária e não sei quem, e uma hora depois saía precisamente como entrei: sem perceber por que me cortaram a luz.

Servia-me de consolo a promessa de uma normalização até ao final do dia e a garantia de que voltaria a ser contactada para conhecer o desfecho da reclamação.

Nem uma palavra sobre compensações pelo tempo perdido e pelos prejuízos causados. Silêncio absoluto e no final do dia continuava às escuras, e no final das más contas ainda tive de esperar duas semanas pelo telefonema.

Sim, reconheceram o erro. Sim vão devolver-me o dinheiro. Mas não, não há explicações para o sucedido. Apenas desculpas. Agora resta-me descobrir se tenho mesmo de me contentar com falinhas mansas.

Dia 14 a 21

Aproxima-se a reinvenção de um clássico: em vez de as mulheres irem aos pares ao WC, vão começar a ir aos trios.

A propósito do que (não) se anda a passar por aqui

24 horas. Nem mais um minuto nem menos um minuto, descontada aquela excepção noticiada em tempos que já se perderam do meu calendário. O dia tem 24 horas. Não estica. Não alarga. Não cresce.

Pelo contrário.

Encolhe. Mingua. Diminui. Todos os dias duvido de que tenha 24 horas. Todos os dias surpreendo-me com as contas e dou por mim já noutro dia. E outra vez acordo, levanto-me, uso o banho como despertador, empurro para o estômago uns cereais, às vezes também pão, recebo as primeiras notícias do dia e nisto já se passaram umas 10 horas. Saio de casa, primeiro o autocarro, 15 minutos depois o metro e mais 20 o destino de trabalho. Horas e horas e horas em cima de horas até às próximas 24 horas. E o tempo não só passa. Ultrapassa-me.