sexta-feira, 30 de maio de 2008

Aos infectados pelo HI5


Desistam de mim. A sério! Não vale mesmo a pena. Acreditem! Estou completamente vacinada, absolutamente imunizada, e integralmente esterilizada contra esse vírus que, desde 2005, insistem em enviar para o meu Hotmail. Como se não bastasse o assédio na caixa pessoal, agora decidiram atacar o meu Outlook profissional. Acham que dessa forma conseguem furar a ordem dos meus dias?

Não vale mesmo a pena. A sério! Não tenho perfil para desprivatizar intimidades, rebaixando quase tudo ao domínio público. Também não percebo como me querem convencer a aceitar um convite de amizade de alguém que nem de muito longe é meu amigo. Acham que a cotação da amizade anda assim tão enfraquecida na minha bolsa de relações?

Esqueçam! Por muito que não tenha nada contra os infectados pelo HI5, também não tenho nada a favor. Mas reconheço-vos o feito de manterem centenas de amigos, e, ao mesmo tempo, conseguirem aprofundar novas amizades, num teclar instantâneo de conversa. Aliás, para quem está em exibição numa espécie de montra, onde as emoções parecem estar permanentemente em saldos, espanta-me que, interiormente, ainda não tenham sofrido uma ruptura de stocks.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Notícias da infância







- Sabes a Natércia? Do Zambujal?
- Sim, o que é que tem?
- A mãe já me tinha dito que ela ganhou um concurso de música. Pelos vistos a coisa foi boa, porque até veio uma notícia no jornal…
- Onde? Mostra!

Lá estavam duas páginas de entrevista, algumas fotos e um perfil. É mesmo a Natércia! A filha mais nova da Dona Mida e do Sr. Pintor! Feito o reconhecimento, descubro que o McDonald's organiza uma competição de vozes entre funcionários de todo o mundo. Leio mais um pouco, e percebo que a Natércia não só venceu a etapa portuguesa, como ganhou a grande final, disputada nos EUA. Já foi no mês passado, mas só agora vejo a notícia na imprensa nacional, excepção feita a alguns regionais desbravados numa rápida pesquisa no Google. Quero saber mais, por isso avanço para os milhares de caracteres que me oferecem os blogs, deixando-me contagiar por um entusiasmo típico de quem revive boas memórias. Como está mulher a irmã bebé da Telma e da Sónia, duas das minhas amigas de infância. Como parece feliz! Também eu me sinto feliz, ainda que nunca mais tenha visto a Natércia, e de apenas esporadicamente me ter cruzado com a Sónia e a Telma. Fico feliz pela Natércia e por toda a família Pintor, personagens centrais da história dos meus primeiros cinco anos em Portugal.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Pão de alta-coz(s)edura


Apesar de ser uma grande apreciadora de pão, já não sou grande consumidora. Sinal dos tempos de quem prefere engolir uns chocapic a cumprir aquele ritual de compra do pão-nosso de cada dia. Admito, por isso, estar completamente ultrapassada no que à indústria panificadora diz respeito. Foi por isso com grande espanto que me dei conta de um fantástico upgrade no sector: agora, além das padarias e cafetarias com fabrico próprio, temos as boutiques de pão. Será efeito da valorização da mercadoria, imposta pela subida de preço dos cereais? Seja qual for o motivo, peço ao pessoal da Academia das Ciências de Lisboa o favor de actualizar, no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, a definição de boutique, que, conforme respectiva indicação, se deve aportuguesar para butique. Rogo-vos que tenham em consideração que o termo boutique (não resisto à versão internacional da palavra) já não se restringe a uma loja de venda de roupa e de acessórios. Lembrem-se que a nova tendência é comprar bolinhas prêt-à-porter e carcaças de alta-cozedura, que, pelo desandar das modas, qualquer dia serão carcaças de alta-cosedura...

domingo, 25 de maio de 2008

Hoje é dia de festa


O teu aniversário acaba de marcar o meu calendário. Entoo duas palavras para trás, coloco três vírgulas para a frente, e deixo mais uma frase de lado. Haverá missão mais difícil do que conjugar o verbo sentir no tempo certo?
Alheia à adversidade, tento acertar os passos à escrita, enquanto a dança das letras me apanha num sambódromo de emoções. Penso na época em que te conheci, revejo os momentos que nos aproximaram, sinto falta das nossas partilhas diárias. Ao mesmo tempo, orgulho-me por conseguirmos conservar uma cumplicidade única, daquelas que marcam calendários atrás de calendários. Orgulho-me de saber que, passem os aniversários que passarem, continuarás a ser das poucas pessoas capazes de me ler nas entrelinhas. Por tudo isto e muito mais, hoje é dia de festa. Que cantem a nossas almas: a minha e a de toi-même.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Papel? Quais papéis?

Andava tão distraída quando a mudança aconteceu, que demorei mais de um mês a despertar para a novidade. O quê? 1,25€ por uma viagem de metro?! Tento convencer-me de que o novo bilhete vale um ambiente melhor: ao permitir carregamentos durante um ano, o cartão combate o insustentável desperdício de papel. Sigo viagem, não penso mais no assunto e deixo-me distrair outra vez. Não acredito! Perdi o passe! Anseio pela substituição do extraviado Lisboa Viva, mas obrigam-me a investir novamente na minha relação com o ambiente. O quê? Para andar na Carris tenho de comprar outro cartão? Dizem-me que sim, a menos que o meu cartão de metro esteja a zeros e passe a funcionar como ‘passaporte- carris’. Convencia-me eu de que a novidade valia um ambiente melhor! Sigo viagem, tento não pensar mais no assunto, mas o Metro não deixa: de cada vez que compro uma viagem recebo dois brindes, e ambos gastam papel! Digo que não quero, mas a máquina está determinada em entregar-me um recibo e um comprovativo de venda. Confesso que com tanta distracção, já me esqueci dos que zelavam pela minha amizade com o ambiente.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Nomeação à vista


Já foi uma miragem, hoje é uma forte possibilidade. Espero que em Novembro se transforme numa certeza absoluta. Eu vou tendo em vista a criação de um petit comité para lhe fazer a festa.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Haja fôlego!!!




Não me bastava correr atrás dos bilhetes da bola! Depois de anos de verdadeiras maratonas para garantir um lugar nas bancadas do meu iluminado Estádio (juro que quando for grande comprarei um cativo); e após meses de ansiedade para confirmar a viagem ao último Mundial, decidi juntar-me à corrida para o Europeu. Confesso que nunca me passou pela cabeça ter de suar tanto! Corro de quiosque em quiosque. Estão esgotados. Salto de tabacaria em tabacaria. Continuam esgotados. Finalmente, quando deixam de estar esgotados, vejo-me tentada a arremessar euros atrás de euros...antes que voltem a ficar esgotados. Tudo isto para entrar nos estádios? Não. Apenas para chegar à meta dos 535 cromos da Panini!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Coro de afectos


Detesto o fado cantado, mas, em compensação, adoro o fado vivido. Por isso, prometo fazer dos ouvidos coração e afinar a minha voz em mais um coro de afectos.
O espectáculo, apesar de pecar pelos defeitos de um anunciado fado cantado, deverá redimir-se pelas virtudes de um predestinado fado vivido: filhas que se tornaram amigas de outras filhas apresentarão, em Alfama, os respectivos pais e mães, ao mesmo tempo que conhecerão os pais e mães das amigas. Que música a nova banda irá tocar, neste promissor encontro familiar e intergeracional?