quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Snif, snif

Elevaram-me quatro Verões de saídas de apetrecho pedonal, acompanhando-me em tantas e tantas danças que me custa vê-las partir. Estou de luto pelo rebentar das minhas Gisele Bündchen cor de ébano.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Rendida às evidências

Excluindo algumas noites de uns Agostos densamente povoados de camones, isto está sempre bom. Por isso, por mais voltas que dê nas minhas voltas, acabo quase sempre por aqui entrar.

Sem fronteiras

A Alice na Zambujeira. A Diana em Londres. A Lara em Birmingham. A Rita no encalço de novas oportunidades ao encontro da mana. E eu a caminho de Luanda. Com cinco fora e outras tantas por cá, Lisboa perdeu a maioria absoluta na eleição dos nossos geográficos destinos, mas acabou ganhando o palco dos nossos cada vez mais agendados encontros. O último, vivido entre as ruelas do Bairro e da Bica e os recantos do Lux, testemunhou o selar de uma nova coligação de esforços, fundamental para uma boa governação dos nossos melhores afectos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Novos voos


Está decidido. Vou o mais depressa possível, que é como quem diz logo que a licença sem vencimento esteja despachada e o visto autorizado, tenho a perspectiva de em meia dúzia de meses assumir funções de maior responsabilidade, vou integrar um projecto com futuro multimédia, terei casa, carro (pois, e a carta?) e ajudas de custo para o farnel. Vou ganhar um pouco mais do dobro do que ganho aqui e estrear-me nas lides do poder político e económico. Mas, claro, não seria eu se não deixasse algumas questões penduradas: esqueci-me de acertar o seguro de saúde (sábio chefe Mário que já me alertou para isso) e não garanti que o dinheiro me vai parar à continha BES. O que vale é que isso é um nada comparado com o tudo que farei por conquistar em Luanda.

Inocente até colisão em contrário

Realizo uma noite sem contracenar com personagens do género oposto mas, saída após saída, tenho-me perdido num argumento que se repete há coisa de um ano. Eles avançam, por vezes travo-lhes a confiança, noutras embalo-lhes a marcha, mas volta não volta tenho sido uma perfeita incapaz de controlar os excessos de velocidade das infracções do corpo.
Ainda assim, declaro-me inocente contra todas as colisões que me têm curvado as danças! Afinal, que culpa tenho eu se eles vêm contra mim sem me darem hipóteses de desviar?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

E o meu prémio vai para...

  • Uma rodada de shots doncellas na próxima sexta-feira
  • Uns regalitos para a minha sobrinha-bebé
  • Uma churrascada em family no domingão de legislativas
  • Uma rodada de sangria no próximo jantar de marca iscspiana


    E ainda…

Para o meu há muito ansiado regresso ao shop-shop. Passe a futilidade da confissão, estou desejosa de, ao fim de não sei quantos meses (ai Ibiza, que me desgraçaste, ai saídas e mais saídas….), voltarei a entrar nesses grandes estabelecimentos que me animam as modas. Zara, Bershka, Mango, Stradivarius, Pull &Bear, Blanco, Primark, H&M etc e tal.
Afinal, para que servem os euros? Prazer com eles!

P.S.: Andarei por todas essas belas lojas, mas, por contenção orçamental não sairei ensacada de todas elas…

Feels good

Já depois de os baixos dos últimos tempos terem encostado às boxes os altos dos primeiros tempos, voltei a respirar aquele clima do ‘bora lá, todos juntos vamos conseguir’. Três anos escritos desde as primeiras linhas, sinto-nos de novo numa tal onda de grupo que até fico arrepiada. Não que nos demos todos às mil maravilhas, porque não damos (infelizmente as cobras-cabras e os mete-nojo andam por todos os caminhos) mas porque feito o balanço das perdas e dos ganhos, não tenho dúvidas de que ao termo de três anos estou mais ganhadora do que perdedora. E cheiinha de sede de novas vitórias…

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O facebook é que sabe!


Acabadinha de testar o meu nível de sorte de hoje, surpreendo-me com a minha taxa de boa ventura para esta sexta-feira: 92%. Tendo em conta que comecei o dia com uma reunião boring, boring, tenho para mim que já me livrei dos 8% que me estavam a entalar os calos. Mas, se dúvidas houvesse, eis que acabo de receber um email tira-teimas: «Foi deliberado pela Administração atribuir a cada trabalhador um prémio de carácter excepcional equivalente a 50% do valor da retribuição mensal fixa auferida». Angola rules!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Por uma boa causa chamada reportagem

Lavei as mãos ignorando os 12 passos que, segundo o Ministério da Saúde, as deixariam garantidamente seguras. Estranhei a ausência de uma enchente e avancei meio reticente até ouvir a ordem que me abrandou os passos. Obediente, tapei o nariz e a boca com a máscara indicada e entreguei-me à encenação. Fiquei que tempos para conseguir extrair uma entalada senha de vez (de novo o número nove!) que, afinal, era dispensável e, sem recuo possível, sentei-me à espera.

Uma hora depois era ver-me de volta à rua, satisfeitinha com o bom funcionamento do sistema nacional de saúde e ‘carregada’ de uma bateria de testes. Ele foi medir a tensão arterial, ele foi medir o meu nível de saturação (oi??), ele foi medir a minha temperatura, ele foi medir o meu respirar fundo para uma devida auscultação, ele foi um apalpar vigoroso da minha barriga à caça de dores suspeitas…ele foi tudo isto sempre rodeada de máscaras e desinfectantes. Ele foi, sem dúvida, uma manhã de trabalho boa de diferente.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mudaste!




Deu-me para rir durante pouco mais de duas horas. Entre momentos hilariantes e cenas surpreendentes, ora esboçando sorrisos, ora largando risotas, agarrei-me ao ecrã como há algum tempo não o fazia. Mas confesso que no final daquela comédia simples e eficaz - que promete lançar sequela - continuava tão rendida aos méritos do argumento e da realização quanto aos méritos de um dos protagonistas. Perguntei-me, por isso, como raio deixei escapar o charme do Bradley Cooper quando o vi pela primeira vez. Foi então que me ocorreu o seguinte: enquanto na série Alias ele era um jornalista gente boa, na Ressaca é um professor com pinta de FDP.

domingo, 13 de setembro de 2009

Teoria de uma conspiração



Ao cabo de um já extenso percurso de idas e vindas, chamo a mim toda a legitimidade do universo para congeminar mais um fantástico raciocínio, ‘noctivagamente’ inspirado.
Alguém já constatou que os eles dos bares servem muito melhor do que as elas? Quais ministros na solidariedade com os seres do mesmo género, vejo-os carregar no álcool enquanto lhes deslindo estes pensamentos: «É bem verdade que não posso aproveitar, mas se me esticar nas doses pelo menos estarei a contribuir para que algum dos meus amigos ou semelhantes fique mais perto de sacar alguma coisa…». Estou em crer que também é disto que se trata quando se fala de solidariedade masculina.

Gente lá de cima

Mais descontraído, menos pretensioso, sem mascaradas intenções. Sou dele uma fã de carteirinha. Conheci-o há quase um ano, entre esquinas com os Clérigos e avenidas de encontros, e redescubro-o pontualmente numa crescente rede de contactos ocasionais. Aposto que se mais de nós tivéssemos o espírito relacional do pessoal lá de cima, as noites subiriam, e muito, de interesse ‘tertuliante’.
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Glu, glu, glu



Como se os momentos de adjectivação vinícola não fossem já suficientemente absurdos, eis que me deparo com uma nova tendência palatina, servida no jantar de segunda-feira. Quais especialistas na ‘arte’ de degustar o líquido incolor, inodoro e insípido, os meus parceiros de mesa conseguiram algo que julgava impossível: estiveram por uma eternidade (que é como quem diz cinco longos minutos) a discutir o impacto de uma marca de água sobre os seus paladares. Para compor o estapafúrdio da cena, assumi o papel de cobaia e submeti-me à experiência de trocar o trago de vinho tinto que me ia amaciando o palato por um e outro gole de sabor a nada. E tudo isto para chegar à mesma observação de sempre: água é água*.

*Convém sublinhar que até a tantas vezes condenada água do Algarve me sabe a água. Meaning: mata a sede.

Nove/9

Espreita-me de números de porta, acompanha-me nos transportes, ordena-me senhas de espera, desponta de talões de supermercado… não restam dúvidas de que o algarismo anda mesmo a rodear-me os passos. Não em jeito de perseguição, antes de boa premonição, o dígito parece determinado em lembrar-me compatibilidades que em tempos acreditei perfeitas, mas que agora receio adormecidas. Reconheço, por isso, a cada sua aparição a influência de uma boa presença sobre a minha vida. O que dizer então do seu triplo surgimento (9/9/09) de hoje (ou melhor, ontem), desabrochado das contas de calendário? Sem mais reticências, digo 'apenas’ que me trouxe as melhores notícias profissionais do último ano: daqui a mês e meio serei libertada do cárcere que tem sido tentar trabalhar com um acéfalo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Aviso aos navegantes

Perante algumas leituras de risco motivadas pelo escrito anterior, parece-me adequado esclarecer: aqui a menina conhece muito bem a utilidade de um preservativo e gaba-se de EXIGIR SEMPRE a devida protecção. O problema é que ninguém está livre daqueles rebentares de borracha…

A ressaca de uma incerta noite


Nunca comprei preservativos, mas ainda sou do tempo em que era necessário promover campanhas de sensibilização para desligar o produto de interpretações meramente promíscuas da vida. Mas como há muito que o vestir das camisinhas dispensou as idas à farmácia, os senhores do sector lá tiveram de arranjar uma nova forma de recuperar o processo inquisitivo do século passado. Vai daí é apanhá-los entusiasmados em escusados prolongares de questionários.

Bem sei que aquilo é pessoal com instruções para informar o mais possível a clientela, mas seria de bom-tom não menosprezá-la. Então se o abençoado comprimidinho dá pelo nome de pílula do dia seguinte, acham mesmo necessário perguntar se houve sexo nas 72 horas anteriores? Acredito que muito boa gente não saiba que um dia tem 24 horas, mas desconfio que se trata do mesmo tipo bom de gente que se está a borrifar para uma gravidez indesejada. Não?

Como se não bastasse o registo daaaah do interrogatório, ainda tive de empatar 13,65€ num único comprimido, sabendo eu que a caixa da praxe custa quase 10 vezes menos do que isso. É caso para dizer: ai, minha rica contracepção!
 

domingo, 6 de setembro de 2009

O próximo destino


Com o carimbo dos pampas no passaporte, o mínimo que se exige da nossa viagem para a África do Sul é a reserva de um lugar num voo muito especial. HEXA, cá vamos nós :-)
 
P.S.: Sei que é feio (para não dizer coisa pior) rir da desgraça alheia, mas depois da Dinamarca de ontem só me conseguia lembrar de uma frase. «E o burro sou eu?».

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Apanha-me se puderes

Anda por aqui uma gaja disponível, exposta, cheia de más intenções e NADA. Nadica de nada.
Uma vergonhosa miséria. Esforço-me por agarrar tudo aquilo em que se mexe, farto-me de passear as minhas mãos pela cara, encontrei um motivo de interesse nas minhas viagens de transportes públicos, já partilhei beijos e bebidas com desconhecidos, e ando tão maravilhada com a profusão de instruções de higiene que até me esqueço de lavar as mãos.
Enfim! Tenho-me portado como a melhor anfitriã de sempre do H1N1, mas, qual ingrato dos ingratos, o desgraçado do vírus anda a desprezar os meus esforços, insistindo em excluir-me de uma quarentena. Maldito!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Não resisto




Assumo a minha fraqueza: sou um ser extremamente vulnerável a corpos masculinos capazes de me envolverem num gingado de dança. Não um gingado de par, porque esse já vem formatado com movimentos de aproximação, mas sim um gingado de oportunidade que me surpreenda o corpo, cercando-o para que, a dois, ele se possa soltar.

Também não resisto a uma boa escrita: se dificilmente me perco em paixões fisicamente estimuladas, facilmente me deixo levar por uns bons verbos. De tal modo que eu própria me espanto com a intensidade dos suspiros que um tipo elevado nas palavras me consegue arrancar.

A conversa que me levou ao post prévio...

... e que com os jeitinhos manhosos da advocacia me renderia uns bons dólares americanos num animado processo de assédio sexual. Vamos ao diálogo :

Chefe (o porreiro das noites, não o acéfalo dos dias) – Ouve lá, estás mais magra ou quê?

Baiana - Diz que sim.

C. - Não me digas que também foste a uma clínica de emagrecimento... (private que remete para o abatimento de nove quilos de uma estimada colega)

B. - Porquê? Achas que estava a precisar?

C. - Não é isso. Mas salta à vista que estás mais magra.

É então que se calam as palavras, para que se dê tempo aos mirares de escrutínio das minhas medidas. Segue-se um ligeiro desconforto ao pior estilo de uma casting(ada) e retoma-se o paleio.

B. - Olha, devem ser as maleitas da vida porque não ando a fazer nada por isso.

C. - Mas vê lá. Assim também é demais.

B. - Eh pá, já pareces o meu pai * (perceba-se mais abaixo porquê...)

*Comentário paterno ao facto de a filha recém-mamã estar inscrita num ginásio para queimar os excessos da gravidez e do sedentarismo da licença de maternidade: «Acho bem, porque as minhas filhas não são desleixadas. Mas olha que não precisas de ficar como a tua irmã». Uma semana depois da recomendação, e mesmo depois de cumprido o exercício fotográfico, aqui a irmã continua sem perceber o porquê da personalizada advertência!

Pesa-me




Esqueço os algarismos. Por vezes visíveis, noutras também audíveis, impõem-se como produtos de uma propalada era digital enquanto encostam à pré-história o clássico ponteiro de marcação. Mas números são números e eu sempre tive mais queda para as letras, por isso acabo por perdê-los na ginástica do despe e siga.

Esqueço igualmente o espelho e as roupas, porque entre lavagens, alargamentos de trapos desgastados e a correria das noites e das manhãs, deixo esmorecer, fácil, fácil, o reflexo crítico.

Esqueço ainda os comentários entrecruzados, tantas vezes formulados no engano de pretos adelgaçantes, penteados renovados ou cortes indutores de erros na percepção das formas.

Esqueço tudo isso até que me vejo perante as únicas evidências capazes de me convencer: há lá melhor controlo de peso do que o exercício de comparar fotografias?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Aqui há gato

A televisão estava sintonizada no 2 à espera de uma entrevistada das melhores estirpes. Calculava eu que, mais grito, menos grito, os meus nervos aguentariam firmes uma hora de ligação à menina Cautela. Piadinha daqui, piadola dali, baixei os olhos em mais um vídeo de discurso do Primeiro quando os meus ouvidos estranharam o aproximar de uma intrigante trepidação. Confesso que, por momentos, ocorreu-me que tudo não passava de um arranjinho de edição. Foi então que tentei perceber a lógica daquela sonorização, antes de ver o susto espreitar-me da janela, acompanhado do meu bem audível bradar: AAAAAAAAAAAAIIIIIIII! Por fim acabei por manusear a japonesice que me resguarda a janela e confirmei a aparição: a menos de um palmo da minha mão encolhia-se um barulhento bichaninho, prontíssimo para me saltar para o colo. Até agora continuo sem saber de onde veio ou para onde foi.