Sinais cá de baixo

No striptease ritual que procede cada regresso a casa, dou por mim especada a matutar num puzzle. Recuo até ao horário de despertar, revisito a rotina laboral, reconstituo os passos de um almoço apressado e de um jantar ainda em digestão, e continuo  à procura da peça-chave. De verdade que andei o dia todo sem sutiã? 

Sinais lá de cima

Entrar na igreja, encaminhar-me para o altar, tentar agendar uma conversa com o padre, voltar pelos mesmos passos e tropeçar numa nota de 1.000 Kwanzas*. Olhar em volta, desconfiar que poderá ter caído de mim, apanhar o achamento, olhar em volta uma vez mais, pensar que é impossível saber de onde surgiu e, já com a mão na caixa de esmolas, devolver à Igreja o que é da Igreja. O E. do volante chama-lhe sorte.

*cerca de 10 dólares

Esperança também é...

...olhar para a Heidi Klum e acreditar que tudo não passou de um extremado golpe de marketing. 

Exercício de(mente)

Até admito conceber que os robôs andem por aí, todos cheios de si e da sua inexcedível mecânica. Agora imaginar que vão desatar a comentar blogues? Menos, ok? Menos.

Em defesa da pátria

Antes já tinha acontecido com a Maitê Proença. Agora chegou a vez, ainda que falseada, da Luana Piovani. Mas, bem vistas as coisas, a tendência começou lá atrás com o Felipão. 

Mais polémicas para quê? Nisto de puxar pelo patriotismo dos portugueses os brasileiros são campeões. Incontestados!

Dúvida retroactiva

Já sabia que o hábito, mesmo que involuntário, de nos defendermos, atacando, dificilmente deixa de dar nisto: confronto. Só continuo sem perceber como é que alguém sobe de biquíni para uma passerelle, território demarcado pelas medidas de excepção, despido da consciência de que pode ser atropelado por cada curva mais ou menos desmesurada.

Temos anjinha?

O ser contra o estar

Talvez seja dos saltos altos de ontem, talvez do arranque da bola de há pouco, mas, independentemente do desvio da vitória, a verdade é que hoje 'estou-me achando'. Do meu jeito.

Primogénito

O primeiro vestido com assinatura de passerelle já cá desfila. Para me rechear as medidas. 

(Crono)Logicamente

Há quem se guie por uma escadaria de filhos. Eu, à falta desses degraus, dou por mim a orientar-me pela idade dos que me animam os relvados. 17? O GêGê tem menos de metade do meu tempo de nascimento? 17! 

Feministas, mas pouco (ou o caso Jessy James)

Por um lado rejeitamos o culto da imagem. Porque de cada vez que, sobretudo nós gajas, cedemos “à tentação de atacar outra mulher com base nas suas características físicas”, estamos “a enfraquecer a condição feminina, em vez de lhe dar força”. Por outro lado assimilamos cegamente os dogmas do bem parecer e aparecer. Porque somos giras e tal, seguras e cheias de confiança, mas, quando as críticas nos causam perplexidade, faz-nos bem invocar “uma fotografia menos feliz”. E, para salvação do nosso traumatizado ego, em vez de publicarmos a tal foto menos feliz que assumimos em palavras, partilhamos a imagem mais feliz que, curiosamente, melhor obedece à “tendência redutora de nos verem, e de nós próprias olharmos umas para as outras”*. Gajas!

*citações retiradas do blogue Jessy James, da autoria de Jessica Athayde

Tira-teimas

Não acredito nos testes, pero que los hay, los hay...

Escrever, escrever

Um Lucas depois da última palavra (e vão quatro), e antes que me nasça um Tiago (siga para o quinto), deu-me para arrumar saudades. Disto.