quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ele há com cada um!

Em violenta colisão com o meu dedão do pé direito, aqueles destroços de copo de vidro foram o travão de dança de que eu não precisava no início das acelerações na pista. Com as sandálias a ensoparem de sangue, apressei os passos até à casa de banho, onde a profusão de vermelho chegou a provocar-me tonturas ao pior estilo da mariquice.

Enfermeira Catarina de um lado, resmas de papel higiénico do outro, água a escorrer sobre o corte, e, finalmente, o estancar do sangue por obra e graça de um penso rápido, desenrascado no kit de primeiros socorros do bar. Já sem o escorrer do sangue, porém com um ligeiro cambalear, esforcei-me por ajustar o coxear ao ritmo da dança e abstrair-me do desfile de copos de vidros largados pelos cantos, e pontapeados à medida dos movimentos de pista.

Dava eu por vivida a peripécia da noite quando o rebolado com o parceiro da vez reserva-me um novo acontecimento, agora provocado por uma troca de contactos. Ele fora do carro, eu dentro. Ele a pedir o número, eu disposta a dar. Ele sem perceber os algarismos, eu farta de repetir mais e mais. Ficámos nisto até sermos interrompidos pelo buzinar insistente de um autocarro, que, lembrando a proibição daquele estacionamento, precipitou o arranque da condução.

Catarina ao volante, eu à pendura, parceiro de rebolado lá fora, uma nova paragem indevida e, de novo, a pressão para a marcha. Carro em progressão, eu sem conseguir devolver o aparelho xpto do parceiro, e, surreal do surreal, vejo o ‘amigo’ iniciar uma corrida desesperada atrás das quatro rodas. Ao sprint, esbracejando e com o ar mais chateado do mundo, ao choninhas só faltou gritar: agarrem que são ladras.

3 comentários:

  1. Há dias em que mais valia ter ficado em casa! Tadita! Como está o teu dedão?
    Beijocas e as melhoras!
    Iva

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  2. Qual ficar em casa qual quê! Essa noite foi o máximo.O que vale é que o meu dedão é como eu: duro na queda. Ainda dói um pouquito (a história foi precisamente há uma semana) quando involuntariamente pressionado, mas nada que me impeça de cirandar pelas pistas ;-)

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  3. Pronto, retiro o que disse!! lol! Ficar em casa para ti, só mesmo em último caso! :)
    Boas cirandanças! :)
    Ivana

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