quinta-feira, 27 de maio de 2010

Arte impura

A miúda é gira, carrega um apelido de influências, e, certificam os entendidos na sua arte, tem talento.
A senhora fez carreira, construiu nome em tempos de portas não mediáticas, e, confirmam papéis atrás de papéis, dispensa apresentações na sua arte.
A miúda agradece às marcas, às empresas, novamente às marcas, e outra vez às empresas.
A senhora recorda as pessoas, cita nomes, curva-se perante o ‘seu’ público.

Passa a miúda, sai a senhora e ainda há quem se detenha apenas nos vestidos, penteados, acompanhantes, convidados, nomeados e galardoados.

Eu, que nem sequer vi a gala do princípio ao fim (um domingo há-de acontecer), não consigo desligar-me dos discursos da miúda e da senhora. O primeiro fez-me lembrar uma bera acção de marketing, o segundo uma declaração de amor à arte. Por isso, apesar de ambas terem sido premiadas, para mim apenas uma é vencedora. E que falta fazem os vencedores àquela gala.

2 comentários: