sexta-feira, 7 de maio de 2010

À solta

Aproximam-se. Fazem-se de amiguinhas. Depois amigas, e, num ápice, amicíssimas.

À falta de cérebro, valem-se da imagem. Somam jogos de sedução em troca de poder e seguem. Para a cama, para o carro, para a posição que estiver mais a jeito.

Observo-as todos os dias e vejo-as inseguras. Por isso temem novas chegadas como quem receia a morte, como quem receia o fim da boa vida. A vida que no fundo, bem lá no fundo, sabem não ser boa. Por isso não assumem. Fingem-se “meninas”, forjam aparências, reflectem as evidências da incoerência.

Ao menor dos enganos afastam-se. Desfazem amizades, destravam inimizades e, de súbito, revelam-se inimicíssimas.

Bandos de putas. À solta.

1 comentário:

  1. Xiii...
    De tudo o que escreveste, o que mais me faz sentido é a frase "A vida que no fundo, bem lá no fundo, sabem não ser boa.". É triste, mas é verdade. No fundo, no fundo, o que devíamos ter era compaixão por essas pessoas sem vida interior nenhuma, com a auto-estima a zeros, mesmo aparentando exactamente o oposto. Mas é bastante complicado fazê-lo, até porque nos faltam MUITOS bocadinhos "assim" para poder VER as pessoas como elas precisam de ser vistas, com os olhos do coração...
    Iva

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