sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Mais gente sem perspectiva





Bem sei que o tipo gosta de atrito. Que é sinistro e que adora contrariar. Bem sei que o tipo é arrogante. Que se acha mais especial que o próprio special one e que só sabe desconversar.
Mas por maior que seja o meu conhecimento sobre o pior do tipo, o tipo acaba sempre por superar as suas próprias marcas de putrefacção. A mais recente, surgida a pretexto da eleição de terça-feira, acentuou-lhe os preconceitos, o ressaibo e a incapacidade de ouvir e de ver o que o rodeia.


Qual autista do século, senão mesmo do milénio, o tipo - que para meu calvário até já foi meu chefe - optou por destacar o mau legado de um George Bush em vez de reconhecer o bom presságio que a escolha de Barack Obama introduz. Qual fascista repugnante, o tipo - que para meu gáudio deixou de ser meu chefe - preferiu descontar do crédito mundialmente atribuído a Obama (ou a qualquer recém-eleito) as já longas quedas bolsitas, ou a já habitual estratégia russa de exibição de força. Faltou atribuir a Obama as culpas do aquecimento global, e de tantas outras maleitas da Humanidade.


Afinal, observa o tipo, Obama foi eleito e o mundo continua assoberbado de problemas. Pior do que estar sentada de frente para o tipo, é saber que há quem lhe pague para escrever barbaridades, assinando a vergonha de uma edição historicamente manchada.

2 comentários:

  1. Esse tipo deve ter uma vida pessoal (se é que a tem) muito má mesmo!E deve odiar-se a si mesmo. Já sabes que, quanto piores somos para os outros e para o mundo, piores nos sentimos connosco próprios. E esse tipo deve ser muito mal-amado. Por ele e pelos outros. Por mais raiva que possas ter dele, o sentimento mais acertado é mesmo o da pena. Mas é difícil, né?
    E a perspectiva é que ele continue cada vez mais sem perspectiva, né? :(
    Beijos!!
    Iva

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