terça-feira, 15 de junho de 2010

E tudo o vento recuperou

Nunca chegou a ser um sonho de longa duração, mas, volta não volta, sobretudo quando a curiosidade de espreitar acontecimentos e a pressa de chegar falavam mais alto, dava por mim a imaginar-me a bater os bracinhos e voar. Da mesma forma, nunca cheguei a ter uma fobia de longa duração, mas, volta não volta, sobretudo quando o episódio metia assobios e lixo esvoaçante, dava por mim a recear ser arrastada para bem longe sem ter sequer tempo de bater os bracinhos e voar. E como a criança que tenho em mim gosta de fazer das suas, ontem, num regresso a casa contra uma ventania inesperada, as velhas histórias de criancinhas desaparecidas no dissabor do vento voltaram a toldar-me o pensamento. Apenas pelo tempo de uma caminhada, é certo, mas o suficiente para me agarrar ao vestido como quem segura uma bóia de salvação. Quanto mais não seja pelo recato das minhas formas.

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