segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Amizades cruzadas




Todas as histórias precisam de um começo. Na infância, bastava-me um «Era uma vez» para entrar no jogo de juntar letras e acertar palavras. Já na adolescência, dei-me conta de que todas as histórias precisam de vários começos. Foi então que genuinamente comecei a escrever. Fui deixando os sentimentos assumirem formas de palavras, enquanto percebia que, muitas vezes, as palavras não conseguem dar forma aos sentimentos.



Algures na minha história, comecei realmente a crescer. Foi então que, ainda na juventude, comecei a partilhar, vivendo, e não apenas conhecendo ou contando outras histórias. Foi aí que, afortunadamente, comecei a aprender. E tenho aprendido tanto com os amigos, que seriam precisos milhões de posts, biliões de blogues e triliões de webs para rever toda a matéria dada. Detenho-me, por isso, na lição do passado fim-de-semana: a consagração cinematográfica das amizades cruzadas.



Iniciaram-se ainda no século passado (ooopps), na empolgação das Passagens de Ano de Albufeira. Paula que conhece Vera­ que conhece Pipa que conhece Mónica que conhece Lara que conhece Ágata que conhece Alice. Todas juntas, e mais algumas, cruzámos os finais dos 90 como se não houvesse 2000.


Seguiram-se algumas interrupções para frequências universitárias, e, com o fim delas, chegam, à boleia da Vera, a Paulinha e a Carina. Vive-se já uma tal de idade adulta, entre empregos por afinar, viagens para marcar, contas por pagar e FDP’s para tudo desorientar.




Páscoa após Páscoa, fim-de-semana após fim-de-semana, Ano Novo após Ano Novo, férias de Verão após férias de Verão…no nosso entra e sai de calendários, entram também as manas Brás (Di e Lôraça), iniciadas pela Paulinha, chegam ainda as picatxus (Gi e Sónia), trazidas pela Vera, e recebe-se a Pipona, apresentada pela Lara.



Sesimbra após Sesimbra, Albufeira após Albufeira, Figueira após Figueira, Tavira após Tavira, Londres após Barcelona….Quantos mais caminhos desbravamos, mais amizades somamos. Na nossa sempre aberta cadeia de ligações, passagem ainda para voar até à Amata, a Dora e a Nara, numa viagem internacional que também nos levará à Áustria, com escala pela Charneca da Sónia que já foi da Amadora. Nas idas e vindas, que nunca deixemos faltar os créditos. No passado, no presente e no futuro fim-de-semana.



Créditos (por ordem alfabética)


Carina, a fugitiva (Não, não me chamem para bailar porque essas ketas me matam…)

Di, a convidada surpresa (Vou puxar ali o negrinho para dançar!)

Gi, a realizadora (Vá, vá, juntem-se que esta é para o próximo filme)

Lara, a Super Woman (Estou a chorar? É o meu avô. O meu avô está a chorar…)

Mónica, a noiva (Eu já falo convosco)

Paulinha, a pioneira (Tou bué maldisposta, mas em alguma hora tenho de começar a beber)


Pipa, a dona das garrafas (Vá: bebe!)

Pipona, a sinhá dos pés descalços (Eu tenho o pezinho lá [na senzala])

Sónia, a star do Millenium (Eu estive na pré-estreia do filme)

Verinha, a produtora-revelação (Estou tão orgulhosa de mim, estou tão orgulhosa de nós)

Ausências mais notadas:


Alice, embrenhada nos matos da Zâmbia (Vida selvagem)


Lôraça, enviada à Bulgária para uma missão humanitária (Vamos espalhar magia!)


Participação sempre muito especial:


Bebé, mestre da mão direita, e aquele que mesmo sem se mexer, nunca nega uma Batalha (Ontem fui ao Lux? Eh, pá, acho que sim. Eu vou a todo o lado)

2 comentários:

  1. Amizades cruzadas em muitas encruzilhadas, com vários cruzamentos que quero continuar a cruzar :) Adorei a descrição és de facto a maior artista de todas..

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  2. E tu a maior ponte de todas. Qual Vasco da Gama...

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