quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Atraso de greve

  1. É no mínimo ingénuo desfilar a bandeira do direito à greve pelos corredores do sector privado, porque, por mais que o dito esteja constitucionalmente consagrado, não consegue fazer frente à pressão de um despedimento. E quando há empresas a organizar boleias entre funcionários que não se conhecem apenas para garantir que TODOS têm forma de chegar ao trabalho, está implicitamente a dizer que NINGUÉM tem o direito de recusar uma boleia ou uma condução. Isto, claro, se não quiser perder o lugar nas próximas viagens da empresa.
  2. Se tivesse mesmo, mesmo, mesmo de ir trabalhar, iria. Mas, sendo a quarta-feira um dia que não é carne nem é peixe, não fazia qualquer sentido sair de casa para enfrentar uma desgastante corrida de obstáculos. Primeiro a rodoviária que se calhar andaria, depois a carris que talvez circulasse. Volta daqui e dali, as melhores previsões antecipavam-me cerca de quatro horas de viagens. Por isso, ainda que não tenha feito greve não fui trabalhar.

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