Kevin Kuranyi de um lado, Marcos Senna do outro. Por muitas fintas que o
jogo desse, o Brasil acabaria sempre no topo da Europa. Terminou com o segundo
Senna da minha vida elevado ao pódio dos grandes campeões.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Sabor a Brasil
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Eclipse solar

terça-feira, 24 de junho de 2008
Cemitério de letras

Não me espanta. Afinal, no 12.º ano cheguei a ter uma colega (entretanto mais uma licenciada) que confundia o verbo crescer com o substantivo creche!!! Não me espanta, mas irrita-me. Sobretudo porque os sucessivos e abundantes erros da minha ex-colega nem sequer lhe valiam o chumbo a língua portuguesa. E isto numa altura em que os testes de português ainda eram testes. O que esperar agora?
Para quem não ainda não leu, segue-se o anúncio que serviu de arranque àquele exame: «Venho cachorro épagneul-breton puro, nascido a 07MAR07, branco e castanho. Linha francesa. Excelente para caça ou companhia. Entregue com vacinas e desparatisações actualizadas. Contactar Canil Municipal de Évora».
Apresentar-se como criador de raça;
Conseguir comprador para um cachorro;
Elogiar as qualidades do cachorro;
Divulgar o trabalho do Canil Municipal de Évora.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Eu e o Pepe

Portugal eliminado. Intervalo nas discussões. Fim das insistentes convocatórias para encontros de 90 minutos de ‘euroforia’. Sem Brasil por força da geografia, e sem Rio Ferdinand, por força de uma eliminação esteticamente condenável, sobrou-me…o Pepe.
Brazuca enraizado até aos 17 anos, ‘encontrou-se’ em Portugal através do futebol. Entre fintas, chutou para canto os piores prognósticos de sonhos perdidos de sol a sol, e descobriu o caminho milionário de uma das melhores ligas europeias. Agora canta vitória, enquanto agita a bandeira lusitana, ignora o estandarte canarinho, e suscita uma reedição do famoso brado heróico e retumbante, celebrizado nas margens plácidas do Ipiranga. Desta vez, sem «o sol da liberdade em raios fúlgidos», o que brilha «no céu da pátria nesse instante» é o reflexo de seculares vaidades nacionalistas.
Pepe é ingrato e Pepe é traidor. Simplesmente porque Pepe exibe orgulhoso a sua portugalidade adquirida e afasta qualquer ligação ao escrete, afirmando-se indiferente à busca brasileira por um lugar no Mundial de 2010.
Verdade? Conveniência?
Naturalidade é terra, nacionalidade é solo, pátria é afecto. Mas não falta quem insista em exigir uma justificação racional de um intransmissível «sense of belonging together».
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Elas não sabem o que querem!

Ignorei a chegada do email. Trazia «monólogo de uma mulher moderna» no assunto, e exibia a classificação «fantástico». Apesar de ser uma mulher moderna e de gostar de coisas fantásticas (que as há, há), reconheci no email um dos pecados capitais dos forwards e recusei penitenciar-me num scroll-down. Só mudei de ideias algumas horas mais tarde, já em casa, quando a classificação fantástico apareceu reforçada com o comentário: «É a mais pura das verdades».
Se era verdade - por muito que a verdade muitas vezes se resuma a um mero confronto de perspectivas -, eu tinha de conhecê-la. Pior para mim: acabei preocupada com as 'verdades' de duas amigas.
«Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc???»
«Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a desgraçada da ideia de reivindicar os direitos da mulher, e por que o fez connosco que nascemos depois dela???»
«Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós???»
AAARRRGGHHH! Quanto mais lia, menos percebia a cabeça por trás do monólogo, menos entendia as cabeças por trás da divulgação do monólogo.
«Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós para comer, para se vestirem e para parecerem bem à frente dos amigos. E agora? Onde é que eles estão???»
Tanto pergunta a monologante, que só mesmo a monologante para responder: os homens «fogem de nós (mulheres modernas) como o diabo da cruz (...), lançando-nos no calabouço da solteirice crónica aguda!!!!» Isto quando «antigamente os casamentos eram para sempre». E como uma desgraça nunca vem só: «a maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!»
Sei que é frase feita, desfeita e refeita, mas depois de ler tanta frustração junta, só me ocorre escrever que algumas mulheres não sabem mesmo o que querem. E como diria o grande Jean-Paul Sartre: «Liberdade não é fazer o que se quer, mas querer o que se faz».
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Amor à terceira vista

terça-feira, 10 de junho de 2008
The ex-factor

terça-feira, 3 de junho de 2008
Uma questão de preferência

segunda-feira, 2 de junho de 2008
Quem te viu e quem te lê

- Amy Winehouse. Depois da polémica dos ses - se sobreviveria, se viajaria, se actuaria - a imprensa virou-se para a a polémica dos des - decadência da cantora, degrado do espectáculo, desrespeito com o público. Não percebo! Será que se esqueceram assim tão rápido dos motivos que alimentaram a lengalenga dos ses? Tão rápido, que nem sequer se lembraram de questionar as opções da organização? Ou estaria o concerto de Amy Winehouse ao serviço secreto de um mundo melhor? Seria assim tão inconcebível esperar o pior de Amy Winehouse? Se para mim era mais do que previsível assistir aos despojos de um talento em ruína, para a organização que prega a responsabilização social, seria expectável que não promovesse tamanha desresponsabilização.
- Preço dos bilhetes. Em tempos de crise, pagar 53€ para assistir a um festival de música soa a… notícia. Vai daí, o pessoal da comunicação desatou a multiplicar os lucros: se no primero dia estiveram aproximadamente 90 mil pessoas no Parque da Bela Vista, isso significa que a estreia do festival rendeu cerca de 4,7 milhões de euros aos cofres da organização. Alguém se lembrou de contabilizar os espectadores que entraram de borla? Sabem quantos pseudo-VIP's foram convidados? E o pessoal que desenrascou bilhetes mais baratos à pala de promoções e transacções opacas?
- TMN silenciada. Nem sms's. Nada. Entre erros constantes de ligação e sucessivas falhas no envio de mensagens, o pessoal da rede TMN desesperava. Comunicação zero! Enquanto isso, os clientes Vodafone desfrutavam de uma vantajosa presença no lote de patrocinadores do Rock: ao contrário dos não patrocinadores, conseguiam falar e enviar mensagens entre si. Dizem os crédulos, imprensa incluída, que as dificuldades de comunicação (e não impossibilidades) foram o espelho da elevada concentração de telemóveis. Lembram os incrédulos, eu incluída, que os problemas de ligação terminaram no exacto momento em que Lenny Kravitz abandonou o palco. Ou seja: antes sequer de o público ter tido tempo de dispersar e aliviar a alegada sobrecarga de rede. O que vale é que como o silêncio é de ouro, por esta altura o mundo já anda bem melhor.