terça-feira, 16 de junho de 2009

Sentido de orientação




Sei que acompanha-me há algum tempo mas não consigo precisar desde quando. Muito mais do que uma intuição e muito menos do que um dom de adivinhação, habitou-me ao envio de sinais da sua presença. Lembro-me da ansiedade dos testes, mais tarde amadurecidos em exames, e recuo às primeiras mensagens que consegui decifrar. Recordo-me de que não eram constantes, nem previsíveis, mas sempre que tive a certeza de as reconhecer nunca falharam. Apareciam sobre a forma de sonhos e, na maioria das vezes, antecipavam aquilo que o passar dos dias acabaria por confirmar: a minha avaliação.

Esta é a mais genuína verdade: algumas das notas que tive chegaram-me enquanto dormia, livres de pautas ou de valores. Ao acordar, sabia ‘apenas’ que a nota era boa ou má e embora tentasse desligar-me das influências nocturnas, só o conseguia fazer com o afixar das pautas ou o entregar dos testes. Que me lembre, só por uma vez vi-me defraudada, não sei se por incapacidade de captar a mensagem, se por interpretar um sonho que nada oferecia para decifrar.

De resto bateu sempre tudo certo, fossem amores ou desamores, amizades ou inimizades, conquistas ou fracassos, conflitos laborais ou desaguisados familiares. Também recordo-me de sonhar com jogos do Benfica e, de, ao receber sinais de derrota, torturar-me para afastar a indesejada certeza de que tudo ia dar errado. Lembro-me ainda de alguns despertares de angústia, levantados sob a convicção de que algo corria mal para alguém do meu círculo de afectos, ou de que algo ia fazer desabar algum dos meus ansiados planos.

Agora para além dos sonhos, que nunca deixaram de me transmitir mensagens, confronto-me com ‘sinais’. Pequenas coisas que me orientam para pequenos passos, acredito que com o objectivo de torná-los grandes. Agora para além dos sonhos, sinto ‘arrepios’ de premonição. São bem mais raros do que os já de si raros sonhos, mas mostram-se igualmente reveladores. É deles que me vem a convicção de que, a seu tempo, certas pessoas assentarão arraiais na minha vida (para o bem e para o mal), e é a partir deles que sinto o aproximar de certos encontros e certas mudanças com a mesma segurança com que consulto um calendário.

5 comentários:

  1. Eh bruxa!! Lol! Sei bem o que isso é, embora a mim não me apareçam através de sonhos. E, se a "captação" não me falha, julgo que, para além de outras novidades, vou ter um cunhado por estes meses de Verão... :)
    Iva

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  2. ena, ena! qual das manas vai casar?
    adoro um bom romance :)

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  3. Ah pois é, a mana chama-se Paula, lolol! :)
    Iva

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  4. adivinhei que a resposta seria essa ;-) mas a Paula especializou-se em receber cunhados, não em oferecê-los LOL

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  5. Isso diz a Paula até cair de 4! ;)

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