terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Faz-te aos golos




Esgotei a paciência para os teus filmes de má acção, que sobranceiramente foste distanciando da 'mísera' existência dos que não têm a inspiração nos pés. Perdi o interesse pelas tuas intermináveis novelas de transferências, transmitidas no calor do Europeu e também por Inglaterra, Espanha e Portugal. Também me saturei da tua ‘saga de curtas’ relações amorosas, exibidas à profusão de flashes rosados. Por fim enervei-me com as ‘sequelas’ de tantos enredos secundários, que vaidosamente começaste a arrastar naquele que deveria ser o teu palco principal.


Dei por mim a rejeitar a tua pessoa só de ouvir ou de ler o teu nome. Para piorar, vi-te escolher a palavra génio numa das inúmeras auto-avaliações em que exageraste o tom. Noutras palavras ainda, terás dito que és o primeiro, o segundo e o terceiro melhor do mundo. Tu negaste, mas de tão farta que estava das tuas exibições extra-rectângulo, não me pareceu descabido acreditar que o tenhas dito. Pelo contrário.


Apesar de tudo continuo a admirar o teu percurso ímpar, e não deixei de sentir uma pontinha de felicidade pelo tanto que já alcançaste a partir de pouco ou nada. Agora torço para que o prémio de ontem não te desvie mais dos argumentos que te elegeram o melhor do mundo. Da mesma forma que torço para que, aos 23 anos, não deixes a tua estrelinha concretizadora ofuscar-se por uma ‘qualquer’ constelação de títulos. Por favor, faz o que melhor sabes fazer: retoma o bom caminho dos golos.

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