sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O mistério dos ratinhos




Andava eu intrigada há uma data de notícias, com a quantidade de textos carregados de ratinhos. Ratinho daqui, ratinho dali, e eu a pensar no que seria feito do velho rato. Ratos me mordam! A notícia fala em ratinhos, e agora? Escrevo ratinhos como quem trata carinhosamente o animal ou deixo-me de modernices e chamo o bicho pelo nome de sempre?


«Por favor, ratinhos é que não. Rato é rato». Ouvi nas palavras da Francisca as minhas próprias palavras e deixei o assunto adormecer. Dormiu até hoje, que já se tornou ontem, mas despertou com a chegada de mais uma notícia com ratinhos. Daquela notícia não podia passar! Determinada em saber se haveria alguma razão para o pessoal da ciência tratar os ratos pelo seu diminutivo, mandei um SOS ao Ricardo.


«Pois é», começava a resposta ao meu pedido de socorro. «Os ratinhos de que se fala, na maior parte dos laboratórios (aqueles que têm selo de garantia e higiene e são de ponta, e normalmente são esses que são notícia, porque fazem um trabalho sério), não existem na natureza». Mais: «Há a higiene e as proibições sucessivas de fazer experiências em animais… daí que, na Europa, haja uma verdadeira rede destes ratinhos, que são transportados de laboratório em laboratório, para que não se vá buscar animais à natureza».


Pacientemente, explicou-me o Ricardo que ainda «há outra razão [para falarmos em ratinhos]», prevenindo-me de que esta até «é mais gira». Cá vai: «Geneticamente falando, estes ratinhos só são diferentes de nós em 1%». As semelhanças entre ratinhos e humanos é tal que «o ADN deles é mais parecido com o nosso do que o dos chimpanzés». Por isso, concluiu o Ricardo, «qualquer medicamento que seja testado com sucesso nos ratinhos tem 99,9% de eficácia nos humanos».

Sem comentários:

Enviar um comentário