terça-feira, 17 de março de 2009

Amigos do alheio


Logo na infância, programam-nos para não cair em tentação: «Ai, que isso é muito feio!». Mas como ainda não inventaram um software poderoso a ponto de comandar o hardware humano, volta não volta o povo cai em tentação. «Oops! I dit it again!». Chega mesmo a haver quem se espalhe ao comprido e, com um maior, menor ou nenhum sentimento de culpa, não chega a haver quem esteja livre de reincidir.

Apesar disso, o povo mantém a toada alva-negra, insistindo no clássico duelo do vício contra a virtude. E eu acho mal que assim prevaleça, da mesma forma que acharia bem que cada um assumisse a sua quota parte na sociedade da inveja. Afinal, o que há de errado nisso?

Como quem inveja desde a infância, afianço que de desprezível o meu invejar não tem nada. Pelo contrário, ao invejar a sorte de alguém não só não lhe estou a desejar o mal, como estou a reconhecer-lhe o bem, a ponto de também o desejar para mim. E estou convencida que desejar o bem nunca fez mal a ninguém.

Sem comentários:

Enviar um comentário