Ontem foi à socapa: com a cumplicidade de uma enfermeira lá consegui ver a mana recém-mamã e a sobrinha recém-nascida. Tive o engenho e a sorte de apanhá-las entre mudanças de piso, já que o dia do parto - aquele em que a família bate recordes de ansiedade - está exclusivamente reservado ao papá.
Incrível, estranho eu. Que é feito dos direitos dos avós e dos tios das criancinhas? E o que dizer da vontade dos pais de partilharem as emoções em alargada família? Então a nossa Leonor nasce poucos minutos depois das 17h e temos de esperar quase 24 horas (visitas só no dia seguinte às 14!) para conhecê-la?
Estava-se mesmo a ver que eu a minha mãe tínhamos de aliar os nossos sensos de justiça para corrigir tamanha injustiça! Ainda por cima sabendo nós que a parte geograficamente distante do nosso núcleo familiar desesperava por notícias fotográficas. «Tiras com o telemóvel e depois mandas por email». Simples demais, não fosse o absurdo impedimento de sequer visualizar o foco da ansiada imagem.
Apesar dos anunciados obstáculos, lá acabei por assumir o compromisso: «Ok», prometi, esperançada em recuperar algum fôlego numa já longa maratona de contactos Marselha-Lisboa, Lisboa-Marselha. «Mesmo que não nos deixem vê-las, de certeza que o Bruno tirou fotografias», convencia-me eu durante o pacto telefónico, num raciocínio típico de quem nunca sofreu as ‘dores’ de parto.
Bem de propósito, aconteceu que na correria dos nervos, o paterno telemóvel com câmara não seguiu o caminho da maternidade. Por isso apressei-me a posicionar o meu Nokia, que - antecipando um eventual fracasso da operação de infiltração na obstetrícia - estava prestes a saltar para as mãos do cunhado. Acabariam, no entanto, por ser os meus dedos a pressionar os primeiros flashes.
«Amanhã bem cedo envio-te as fotos», comprometia-me eu, naquela que pelo anoitecer da hora se adivinhava como a última ligação do dia a França. «Só amanhã? Porque é que não mandas hoje?». De nada me adiantou explicar que o cabo de transferência das imagens, do telemóvel para o computador, estava no trabalho.
«Oooooh! Eu e a Luana estamos aqui ansiosas para conhecer a Leonor!». Tento anular a súplica fraterna, mas depressa derreto-me com a imagem: e se fosse eu naquela situação?«Tudo bem», concordo. «Vou voltar para o trabalho e mando as fotos». Assim fiz, direccionando o meu entusiasmado email para uma nova promessa: «Depois da visita envio mais». Depois já quase foi ontem, a visita soube-me a pouco, mas consegui recolher e enviar mais provas de como a felicidade cabe perfeitamente num colo.
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não vale escrever assim que fico emocionada...
ResponderEliminare eu mais do que tu ;-)
ResponderEliminarO amor está por toda a parte nos vossos lados! Nos vossos e nos nossos (que partilhamos convosco toda esta felicidade!)!
ResponderEliminarPor aqueles que amamos, fazemos tudo! :)
Muitas beijocas!!
Ivana
LUV, LUV, LUV :)
ResponderEliminare aposto que a Leonor é linda de morrer... como a prima Luana
ResponderEliminarPata, já te mando a Leonor em imagens. A Luana anda toda contente (como todos os Cardoso), mas cheia de pena de não estar por cá...
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